Luís Castro concedeu, este sábado, uma extensa entrevista ao jornal espanhol Marca. Além dos elogios a Cristiano Ronaldo, o treinador português explicou as razões que o levaram a deixar o Botafogo para assinar pelo Al Nassr, da Arábia Saudita.
"Estava num clube histórico, um clube de renome mundial, onde há grandes adeptos, jogadores da seleção brasileira e onde estávamos a fazer um grande campeonato: estávamos em primeiro lugar com muitos pontos de vantagem sobre o segundo. A equipa estava pronta para ser campeã. E eu senti naquele momento que no Brasil as coisas estavam feitas, a construção era sólida, eu estava pronto para a equipa continuar sem mim. Porque não procurar outro desafio? Outro desafio de construção de equipa ou outro desafio de conhecer novos jogadores, misturando-os com jogadores locais... como tinha acontecido no Shakhtar com os ucranianos e os brasileiros. E havia também a ideia de trabalhar com Cristiano Ronaldo", começou por dizer o técnico, que regressa ao Médio Oriente depois da passagem pelo Qatar.
"São dois países muito próximos, mas diferentes. Aqui, na Arábia Saudita, há uma paixão muito, muito grande pelo futebol, partilhada por toda a gente. Há muito entusiasmo porque muitos grandes jogadores vieram, ou quando Cristiano Ronaldo escolheu vir para a Arábia. Estamos a falar do jogador que tem mais seguidores nas redes sociais, pelo que cada passo do Cristiano é seguido por milhões e milhões de pessoas e também pelos meios de comunicação social. A liga tem muita visibilidade. Há bons jogadores, bons adeptos nas bancadas, bons treinadores. E a imprensa, além disso, está muito envolvida e interessada", prosseguiu o treinador português, que já conquistou a Liga dos Campeões Árabes.
"Sim, chegar à cidade onde se vai trabalhar com um troféu debaixo do braço... é fantástico. Este é um grande desafio. Com objetivos muito grandes. E nós queremos ganhar muitas coisas, queremos construir muitas coisas", vincou.
Luís Castro falou ainda do grande investimento que a Arábia Saudita está a fazer na chegada de jogadores e treinadores.
"É assim no futebol. É natural que tenha a mesma ambição que as melhores ligas do mundo para ser grande. É uma equação muito simples, não me surpreende nada dizer que a Arábia Saudita quer ser grande. Estão a assinar grandes contratos com jogadores, treinadores.... Mas investir dinheiro para ser o melhor é um processo natural, como em todos os sectores da sociedade. Se queremos ter melhor saúde, investimos na medicina, se queremos ter melhor educação, investimos na educação, se queremos ter melhor tecnologia, investimos na tecnologia, se queremos ter melhor habitação, investimos na rede social de habitação... Portanto, o dinheiro é essencial para desenvolver os recursos humanos, para desenvolver todos os sectores da sociedade. No futebol é a mesma coisa, queremos construir muitas coisas", atirou Luís Castro, respondendo aos que criticam a mudança de grandes jogadores para este país do Médio Oriente.
"Bem, uma coisa muito boa que está a acontecer é que os jogadores estão a chegar às suas seleções nacionais e estão a ter um desempenho de alto nível. Cristiano Ronaldo, Otávio, Laporte, Brozovic.... Se estão a ligar-se às suas equipas e a ter um desempenho de alto nível, é porque se mantiveram no seu campeonato. É um dado muito bom para validar o futebol na Arábia Saudita", finalizou.
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