Ver um jogo do Benfica esta temporada e fazer um exercício de comparação ao que foi feito na época passada remeterá, provavelmente, muitos adeptos para uma questão que poucos conseguirão responder: afinal, o que se passou com Roger Schmidt e companhia para justificar o pobre futebol apresentado pelas águias nos primeiros quatro meses da época? O número de 'tropeções', em boa verdade, parece mostrar tudo... sem dizer nada.
O emblema da Luz voltou a conquistar o campeonato nacional, no passado mês de maio, num percurso globalmente consistente - com pequenos e raros desvios -, de tal forma que até alcançou os 'quartos' da Liga dos Campeões. Os resultados obtidos na Taça de Portugal e na Taça da Liga não foram os melhores, mas nada que se compare ao 'tombo' que milhões de benfiquistas têm assistido, provavelmente, com tendência para piorar.
O Benfica terminou a época passada com um registo de 42 vitórias em 55 jogos, registando ainda nove empates e quatro derrotas. No entanto, só esta temporada, a equipa de Roger Schmidt já leva três empates e cinco derrotas em 21 jogos, concluindo-se facilmente que somou mais desaires em quatro meses do que em toda a temporada passada.
Resultados até 3 de dezembro | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | Golos marcados | Golos sofridos |
2022/23 | 27 | 23 | 4 | 0 | 72 | 19 |
2023/24 | 21 | 13 | 3 | 5 | 37 | 20 |
Os números são claros. 13 triunfos e oito 'deslizes' deixam, neste momento, o treinador alemão 'feito num oito', com uma mão cheia de desilusões, sobretudo ao perceber que, na época transata, ainda não somava qualquer derrota por esta altura.
As diferenças estendem-se, claro, ao número de golos marcados e sofridos, sendo que o Benfica, com menos seis jogos, concedeu mais um golo do que na temporada passada, tendo festejado quase metade das vezes que havia conseguido em igual período.
Uma boa parte dos atuais números explica-se pelo fracasso na Liga dos Campeões, com apenas um ponto somado ao fim de cinco jornadas (um empate e quatro derrotas), contrastando com um percurso quase imaculado até à eliminação frente ao Inter, no passado mês de abril. Ainda assim, a diferença também se estende ao campeonato. À 12.ª jornada de 2022/23, as águias somavam apenas um empate, contra os dois empates e uma derrota dentro das 13 rondas disputadas em 2023/24.
É certo que o Benfica viu sair jogadores preponderantes, como Gonçalo Ramos, Alejandro Grimaldo, Gilberto, Julian Draxler ou Odysseas Vlachodimos, mas também contou com as entradas sonantes de Ángel Di María, Arthur Cabral, Orkun Kokçu, Juan Bernat, David Jurásek e Anatoliy Trubin, pelo que as diferenças são gritantes para um plantel que, de uma forma global, soube como compensar as saídas.
Poderá o Benfica voltar a 'premiar' os adeptos com grandes boas exibições e resultados bem melhores que os atuais ou a atual espiral parece ser cada vez mais decrescente? A seu tempo saberemos...
João Neves tem sido um dos triunfos mais valiosos de Roger Schmidt, mas os resultados continuam sem aparecer de forma regular.© Getty Images
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