A noite de terça-feira foi de emoções fortes para os adeptos do Benfica. A precisa de ganhar por dois golos de diferença na visita ao RB Salzburgo (3-1), na despedida da Liga dos Campeões, para assegurar a transição para a Liga Europa, eis que as águias de Schmidt até foram para intervalo com a missão encaminhada.
No entanto, um golo da formação austríaco, perto da hora de jogo, colocou novamente o Benfica à beira do adeus às competições europeias nesta temporada até que... entrou Arthur Cabral.
Ángel Di María (33') e Rafa Silva (45'+1) marcaram os primeiros dois golos do Benfica, mas foi o tento do avançado brasileiro, aos 90'+3, que empurrou os encarnados para a Liga Europa.
Depois de tudo o que havia acontecido na sexta-feira, com um gesto obsceno aos adeptos e um pedido de desculpas público, eis que o timing de Cabral não poderia ter sido melhor. Entrou aos 90 e marcou três minutos depois. Um golo decisivo e que serve para fazer as pazes com os adeptos.
Vamos aos protagonistas.
A figura
Ángel Di María já não tem a velocidade de outros tempos nas pernas, mas na cabeça pensa sempre mais rápido do que os outros. Além disso, sabe tratar a bola como poucos e na noite de ontem isso ficou, uma vez mais, comprovado. Marcou de canto direto, algo que não acontecia na Liga dos Campeões há 22 anos, e ainda assistiu Rafa para o segundo golo da partida.
Há mais de 20 anos que não havia um golo canto direto na Champions
— Playmaker (@playmaker_PT) December 12, 2023
Marcaram de canto direto na Champions:
2000 Orjan Berg
2000 André Cruz
2001 Claudio Lopez
2023 Di Maria pic.twitter.com/v9kLaqeYIw
Na segunda parte também chamou a responsabilidade a si e foram dos seus pés que saíram os lances mais perigosos, ora para deixar Rafa na cara do guardião adversário, ora para acertar no poste com um belo remate cruzado.
A surpresa
O que mais se pode dizer do caso de Arthur Cabral? É certo que só esteve cinco minutos em campo, mas foi o tempo necessário para marcar um golo memorável. Ainda há poucos dias era visto como uma pedra no sapato do Benfica e ontem foi o grande herói das águias, saltando do banco de suplentes para marcar com... o calcanhar.
Um golo que explica bem o que o futebol representa. Quando se marcam golos, tudo fica mais fácil.
A desilusão
Rafa Silva até assinou um dos golos que ajudaram o Benfica a vencer na Áustria, mas teve mais três falhanços para a sua vasta coleção na presente temporada. No primeiro, aos 13 minutos, nem acertou na baliza, ao passo que no segundo, após o intervalo, teve tempo e espaço para tudo, mas atirou... à figura. O terceiro foi o menos flagrante, uma vez que a mancha de Alexander Schlage foi muito bem feita.
Ocasões flagrantes de Rafa 🇵🇹 desde o jogo com o Sporting:
— GoalPoint (@_Goalpoint) December 12, 2023
0.30 xG
0.38 xG
0.60 xG
0.28 xG
0.41 xG
0.45 xG ️
0.45 xG
0.50 xG
0.36 xG
0.48 xG
0.13 xG
0.16 xG
4,51 xG
️ 1 golo (de ocasião flagrante)
11 ocasiões flagrantes falhadas pic.twitter.com/8TTEboKGnQ
Os treinadores
Gerhard Struber
Talvez por conta do resultado obtido na Luz, o Salzburgo pareceu algo displicente na entrada de jogo na Áustria. Assim que o Benfica assumiu o controlo da partida, depressa se percebeu que a equipa de Struber não estava preparada para passar demasiado tempo em situação defensiva.
Ao intervalo conseguiu organizar a equipa, mas a verdade é que o Benfica foi desperdiçando vários lances de golo. Isso, sim, gerou a incerteza no resultado final.
Roger Schmidt
Parece estar mais perto de uma equipa afinada, mas Tengstedt continua longe de ser o ponta de lança que faça golos com regularidade. Ainda assim, arriscou ao intervalo e meteu Musa no lugar no dinamarquês. No entanto, foi com Arthur Cabral que acertou em cheio, ganhando um 'reforço' para os jogos que se seguem.
O árbitro
O germânico Daniel Siebert deixou o jogo fluir e teve uma noite sem grandes erros a apontar. O único apontamento terá sido a demora em validar o primeiro golo da noite, mas terá existido algum problema na comunicação com o VAR. De resto, mal se deu pela presença de Siebert.
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