O Benfica parece estar a recuperar do cenário de 'crise' que se instalou na Luz, sendo que, este domingo, saltou para a liderança (provisória) da I Liga, ao derrotar o Sporting de Braga (0-1), na Pedreira, esperando agora pelo desfecho do Clássico, entre Sporting e FC Porto, esta segunda-feira.
Após dois 'tropeções' consecutivos na I Liga, o Benfica não podia ter pedido uma entrada melhor na partida, uma vez que, ao terceiro minuto de jogo, já se encontrava a festejar o golo madrugador apontado por Casper Tengstedt. O avançado dinamarquês não se fez de 'fantasminha' na hora de aproveitar um erro de Rodrigo Zalazar e, curiosamente, afastou os 'fantasmas' que perseguiam Roger Schmidt no Minho, tirando mesmo uma 'pedra (ou Pedreira) no sapato'.
Ángel Di María e Nicolás Otamendi só não ampliaram a vantagem das águias porque os ferros assim o impediram, enquanto Rafa Silva viu um golo ser-lhe anulado, mas também os arsenalistas ameaçaram o empate, sobretudo no segundo tempo. Nesse capítulo, Anatoliy Trubin chegou para as encomendas (exceto para o tento anulado a Ricardo Horta) e manteve, assim, a vantagem mínima das águias até ao apito final de Luís Godinho.
Cinco dias após o apuramento na Liga Europa, o Benfica saiu a sorrir de mais um 'teste de fogo' e aliviou o cenário de 'crise' que pairava sobre o emblema da Luz - agora líder do campeonato, embora ainda possa perder esse estatuto depois do Clássico em Alvalade.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Anatoliy Trubin defendeu tudo o que havia para defender, até aquilo que parecia quase impossível. O guarda-redes ucraniano continua a dar provas de crescimento nas águias, a cada jogo que passa, não só pelo posicionamento inteligente entre os postes, mas também pela forma como se 'atira' aos lances. A juntar à mão cheia de investidas travadas ao longo do encontro, Trubin ainda negou o empate de Banza, nos descontos, com o pé direito, num lance que promete dar que falar.
Surpresa
Casper Tengstedt tem sido realmente uma surpresa neste Benfica. Desde o decisivo golo que apontou no dérbi diante do Sporting (2-1), o avançado dinamarquês conquistou a confiança de Roger Schmidt, de tal forma que passou a ver sempre o seu nome no onze inicial, tendo regressado aos golos num verdadeiro 'teste de fogo' para as águias. É certo que Arthur Cabral tem crescido aos poucos, mas este jogo na Pedreira terá mostrado o motivo para que Casper continue a ganhar a corrida pela titularidade.
Desilusão
Rodrigo Zalazar acaba por ser 'condenado' por um erro - crucial para a derrota da sua equipa - durante os 32 minutos que esteve em campo. Um livre a favor dos bracarenses tornou-se num momento de festejo para as águias, isto porque o médio uruguaio perdeu a bola em zona proibida e permitiu que um contra-ataque do Benfica se traduzisse no único golo da partida, logo ao terceiro minuto de jogo. Zalazar sentiu o impacto do erro, acumulou outras falhas e acabou por ser substituído por Artur Jorge na primeira parte.
Treinadores
Artur Jorge manteve praticamente a mesma estrutura apresentada em Nápoles, com exceção para a troca de Pizzi pelo recuperado Álvaro Djaló no onze inicial, mas acabou por ser 'traído' por um erro individual logo no arranque da partida. O treinador dos bracarenses 'queimou' uma substituição na primeira parte e arriscou noutros setores no segundo tempo, sempre de olhos postos na baliza adversária, mas não conseguiu festejar um único golo também graças a... Trubin.
Roger Schmidt percebeu que as dinâmicas do Benfica em Salzburgo resultaram e repetiu a dose na Pedreira, trocando apenas Tomás Araújo por António Silva (que estava castigado pela UEFA), acabando por 'causar estragos' ao adversário sobretudo a partir dos contra-ataques - um deu mesmo o único golo do encontro. O treinador alemão fez apenas três substituições, em dois períodos distintos, num segundo tempo em que as águias estiveram mais resguardadas no seu meio campo, em defesa da preciosa vantagem.
Árbitro
Luís Godinho já chegou a estar no centro das atenções por várias ocasiões, mas desta vez esteve à altura de apitar o duelo entre Sporting de Braga e Benfica, embora possa existir ou ou dois lances de maior dúvida. O árbitro de 38 anos viu o seu assistente acertar nos dois golos anulados (um para as águias, outro para os bracarenses) e nunca foi chamado a ver imagens no videoárbitro, tendo sido coerente na hora de mostrar os cartões amarelos. Um lance entre José Fonte e Petar Musa, já na reta final, terá sido a exceção.
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