O FC Porto reencontrou-se com as vitórias no campeonato na noite de domingo, ao receber e derrotar o Sp. Braga (2-0), em jogo da 17.ª jornada, em pleno fecho da primeira volta do campeonato. Os dragões entravam em campo já depois de Sporting e Benfica terem vencido os respetivos jogos e estavam obrigados a fazer o mesmo sob pena de ficarem ainda mais distantes do primeiro lugar da tabela classificativa.
Do outro lado estava um Sp. Braga também a precisar de vencer para continuar a alimentar a esperança de lutar pelo título e que procurava, ainda, responder à eliminação na Taça de Portugal às mãos do Benfica.
O duelo entre dragões e minhotos tinha tudo para ser eletrizante, mas acabou por se revelar algo... enfadonho. Talvez por conta do desgaste físico, provocado pelo calendário mais apertado, o jogo no Estádio do Dragão foi morno e o timing dos golos portistas também ajudam a explicar a falta de emoção na partida.
Fábio Cardoso desfez, com um belo cabeceamento, o nulo logo aos 12 minutos, e deixou o FC Porto confortável na partida. A segunda parte arrancou com novo golo portista, após uma asneira de Borja. Evanilson marcou e acabou por ditar o desfecho de um jogo que promete não deixar saudades.
Ainda assim, vale sempre a pena mencionar os protagonistas.
A figura
No meio de tanta falta de inspiração, valeu Evanilson para dar alegria à noite fria na cidade Invicta. O avançado brasileiro foi um verdadeiro quebra-cabeças para a defesa liderada por José Fonte, e foi sempre assinando apontamentos de classe ao longo do tempo em que esteve em campo.
Aos 49 minutos aproveitou um erro colossal de Borja para ficar na cara de Matheus e ser derrubado pelo guardião do Sp. Braga. Pegou na bola, foi até à marca do onzes metros e teve sangue frio (e alguma sorte, diga-se) para colocar a bola por entre as pernas do compatriota.
Saiu aos 68 minutos completamente desgastado depois de ter dado nova prova de que é o melhor avançado do plantel do FC Porto. Falta, apenas, que se consiga libertar dos constantes problemas físicos para se superar ainda mais.
A surpresa
Não foi a noite mais inspirada para Francisco Conceição, que quase sempre decidiu mal no último momento, mas a verdade é que o jovem extremo continua a dar passos firmes na afirmação como agitador de serviço e... titular indiscutível.
Numa altura em que os extremos à moda antiga parecem ser uma raridade no futebol atual, Francisco Conceição tem tudo para decidir jogos: capacidade de drible, velocidade, finalização e imprevisibilidade.
Foi ele quem meteu a bola na cabeça de Fábio Cardoso para abrir o marcador no Estádio do Dragão.
A desilusão
Cristián Borja terá tido pesadelos depois de ter dado origem ao segundo golo do FC Porto. A forma como conduz a bola de costas para o jogo e na direção da própria baliza (!) deixa qualquer adepto à beira de um ataque de nervos.
O lateral colombiano obrigou Matheus a cometer uma grande penalidade e demonstrou que está longe de ser um jogador fiável para qualquer treinador. Noite para esquecer.
Os treinadores
Sérgio Conceição
A margem de erro do FC Porto era muito reduzida depois do empate no Bessa, registado na ronda anterior, e também por conta dos triunfos de Sporting e Benfica, mas Sérgio Conceição conseguiu transmitir à equipa a tranquilidade necessária para um triunfo... tranquilo.
É certo que chegar cedo à vantagem ajuda sempre, mas este foi um dos raros jogos em que o FC Porto não se viu aflito para agarrar a vitória ou teve de correr atrás do prejuízo.
Artur Jorge
O treinador dos minhotos não conseguiu surpreender o FC Porto. O Sp. Braga costuma ser uma ameaça para qualquer adversário, mas pouco se viu no Dragão na noite de ontem. Tirando o lance de Ricardo Horta, que viu o golo ser negado após grande defesa de Diogo Costa, aos 32 minutos, mais nenhum momento de perigo foi causado pelos minhotos na grande área adversária.
O árbitro
Hélder Malheiro teve uma noite tranquila, também por conta do jogo morno, e decidiu quase sempre bem. O lance de maior discussão, do tal penálti cometido por Matheus, foi exemplo da leitura que teve ao longo dos 90 minutos.
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