De acordo com o número 1 do artigo 46.º do regulamento, "quando por causa fortuita ou de força maior, não se verifiquem as condições para que um jogo se inicie ou se conclua, este realizar-se-á ou completar-se-á no mesmo estádio, dentro das 30 horas seguintes".
Contudo a alínea 'd' do mesmo artigo refere que um encontro poderá não se realizar nas 30 horas seguintes se "estiver em causa a segurança dos agentes desportivos ou espectadores, devidamente comprovada pelo Comandante das Forças de Segurança", ou seja precisamente o que já foi anunciado pela PSP e pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
Desta forma, recorrendo ao artigo 42.º, que diz respeito aos calendários de competição, do número 3 consta a informação de que "depois do início da segunda volta, os jogos adiados têm de ser realizados no decurso da mesma semana ou, caso um dos clubes tenha de realizar nessa semana outro jogo das competições oficiais nacionais ou internacionais da UEFA ou da FIFA e ainda no caso de se realizar um jogo da Seleção Nacional e qualquer dos clubes intervenientes tenha jogadores convocados, dentro das duas semanas seguintes".
Uma vez que o Sporting tem agendado um "jogo das competições oficiais nacionais" na quarta-feira, no caso diante da União de Leiria, para os quartos de final da Taça de Portugal, o regulamento salvaguarda no número 4 do mesmo artigo a impossibilidade de realização de um encontro no decorrer da semana seguinte ao adiamento.
"Nas situações previstas no n.º 3, mediante requerimento dos clubes intervenientes, a Liga Portugal autoriza que o jogo adiado se realize dentro das quatro semanas seguintes se, cumulativamente: a) não estiver em causa um jogo das últimas seis jornadas; e b) a Comissão Permanente de Calendários se pronunciar em sentido favorável", pode ler-se no documento.
O Famalicão-Sporting, da 20.ª jornada da I Liga, pode, assim, ser disputado dentro das próximas quatro semanas.
Porém, o calendário de jogos dos 'leões' durante o mês de fevereiro não facilitará a tarefa, tendo em conta que o conjunto de Alvalade tem seis partidas agendadas durante o mês de fevereiro, a maioria com um intervalo máximo de quatro dias entre partidas.
Na quarta-feira (07 de fevereiro), o Sporting visita a União de Leiria, para a Taça de Portugal, e posteriormente jogará consecutivamente em Braga (11), para a I Liga, com o Young Boys (15), na primeira mão do play-off da Liga Europa, ante o Moreirense (19), para a I Liga, novamente com o Young Boys (22), na segunda mão do play-off europeu, e com o Rio Ave (25), para o campeonato.
Face ao prazo de quatro semanas, o duelo em Famalicão poderia ser disputado após o encontro com os vila-condenses e antes da partida com o Farense, da I Liga, marcada para 03 de março. No entanto, nesse hiato de dias, o Sporting poderá vir a ter o encontro da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, no dia 28 de fevereiro, caso ultrapasse a União de Leiria nos 'quartos' e siga em frente na prova 'rainha'.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) confirmou hoje o adiamento do encontro Famalicão-Sporting, da I Liga, e pediu medidas ao Governo contra a ausência de policiamento no encontro da 20.ª jornada. No exterior do estádio dos minhotos verificaram-se cenas de violência entre adeptos.
"A Liga Portugal informa que o jogo entre FC Famalicão e Sporting CP, referente à jornada 20 da Liga Portugal Betclic, foi adiado, por acordo dos clubes, para data ainda a definir, depois de ter recebido informações por parte do responsável pela força policial presente no Estádio Municipal de Famalicão de que não existem condições de segurança para a realização do mesmo hoje nem amanhã [domingo]", lê-se num comunicado.
Repudiando os incidentes ocorridos no exterior do Estádio Municipal de Famalicão, a Liga de clubes "exige ao Governo, em especial ao ministro da Administração Interna, a instauração de um processo de inquérito com caráter de urgência, de forma a apurar responsabilidades pelo sucedido, em defesa dos adeptos e das famílias".
Da mesma forma, a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) referiu que foi surpreendida por um número anormal de agentes com baixa médica, o que levou ao adiamento da partida.
A agência Lusa contactou o Ministério da Administração Interna (MAI) que para já não quis fazer comentários.
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