O Sporting carimbou o acesso às 'meias' da Taça de Portugal, esta quarta-feira, ao derrotar a União de Leiria (0-3), com um 'show' de Viktor Gyokeres no regresso ao Estádio Dr. Magalhães Pessoa, onde tinha vacilado frente ao Sporting de Braga (1-0) na 'final four' da Taça da Liga.
Quatro dias após o polémico adiamento do duelo frente ao Famalicão, devido à falta de policiamento, os leões mostraram total 'União' na perseguição de um objetivo e, após meia hora de paciência, começaram a 'arrepiar caminho' com vista ao top4 da prova-rainha do futebol português.
Na resposta a uma grande penalidade revertida por Tiago Martins junto do VAR, o Sporting abriu o ativo num cabeceamento de Viktor Gyokeres (32'), seguindo-se novo motivo de festejo cinco minutos depois, com a assistência do sueco para o remate cereiro de Pedro Gonçalves (37').
A segunda parte foi de gestão, mas nunca sem perder de vista a baliza adversária, embora também a equipa do Lis tenha ameaçado reduzir. A verdade é que o terceiro e último golo apareceu aos 74 minutos, quando Gyokeres resolveu assinar o bis sentenciador na eliminatória.
Desta forma, o Sporting avança para as 'meias' da Taça de Portugal, esperando pelo vencedor do duelo desta quinta-feira entre Vizela e Benfica, num dia em que ficou marcado pela interrupção do jogo do FC Porto nos Açores, frente ao Santa Clara, devido ao mau estado do relvado provocado pela chuva.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Viktor Gyokeres rubricou, uma vez mais, uma exibição digna de registo no Sporting. O avançado sueco marcou e assistiu em apenas cinco minutos, tendo ainda chegado ao bis na segunda parte. Para lá da meia hora de jogo, o melhor marcador do campeonato preparava-se para bater um penálti (anulado após revisão das imagens no VAR), mas mostrou ter a lucidez suficiente para festejar no lance seguinte, num canto cobrado por Nuno Santos. Tentou o bis na segunda parte e sentenciou, assim, as dúvidas aos 74 minutos.
Surpresa
Geny Catamo continua a dar nas vistas no Sporting e voltou a merecer a confiança de Rúben Amorim para assumir a ala direita de início, desequilibrando o adversário por várias ocasiões, com movimentações imprevisíveis que protagonizou dentro da grande área. Nos 71 minutos em que esteve em campo, o moçambicano - esteve recentemente no CAN - ficou ainda perto de entrar para a 'marcha' de marcadores, mas não conseguiu dar sequência aos festejos contra o Casa Pia (8-0) no capítulo da finalização.
Desilusão
Zié Ouattara já mostrou que pode ser uma das unidades mais imprevisíveis da equipa de Leiria, mas não apresentou os melhores índices na partida frente ao Sporting, sendo que o primeiro pecado esteve no cartão amarelo que viu no fecho dos primeiros 20 minutos. O defesa ex-Vitória SC acumulou alguns erros no que toca a perdas de bola e leitura de jogo do adversário (sobretudo nas movimentações de Gyokeres), tendo contribuído pouco para a fluidez ofensiva da União de Leiria.
Treinadores
Vasco Botelho da Costa 'rodou' praticamente meia equipa, recorrendo a alguns dos seus jogadores mais experientes para que a equipa tivesse personalidade a jogar contra um dos 'grandes' do futebol português. Não foi feliz na hora de bater Franco Israel, mas não se pode dizer que não tenha tentado, tanto na primeira parte -antes do golo de Gyokeres - como no início do segundo tempo. Personalidade não faltou, num duelo em que talvez as substituições (só nos últimos 15 minutos) tenham pecado por tardias.
Rúben Amorim decidiu promover três alterações em relação ao onze apresentado na goleada ao Casa Pia (8-0), com as entradas de Franco Israel, Matheus Reis e Geny Catamo para as vagas deixadas por Antonio Adán, Gonçalo Inácio e Ricardo Esgaio, respetivamente, num jogo que não contou com o lesionado Paulinho. Os leões mostraram a sua 'fome' do início ao fim da partida e, embora nem sempre com bom futebol, triunfaram com inteira justiça, numa exibição que ligou os sportinguistas 'à corrente'.
Árbitro
Tiago Martins não teve uma noite propriamente complicada, embora tenha sido chamado a rever uma grande penalidade assinalada em cima da meia hora de jogo, por braço de Vasco Oliveira na bola, a desviar o passe de Edwards para Gyokeres, acabando mesmo por reverter a decisão. De resto, demonstrou ter coerência na hora de apitar as faltas e de puxar do bolso para admoestar os jogadores - seis dos sete cartões amarelos foram mostrados dentro do primeiro tempo.
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