Numa eliminatória em que Benfica e Sporting começaram a sorrir, o Sporting de Braga não seguiu o mesmo caminho de dois dos três 'grandes' do futebol português e acabou por ser surpreendentemente derrotado pelo Qarabag (2-4), esta quinta-feira, numa noite cinzenta, entre os lenços brancos e um sonho obscuro.
Já depois de terem caído da Liga dos Campeões, os bracarenses olhavam para a segunda prova europeia de clubes mais importante como um 'refúgio' para continuarem a trilhar um caminho de sucesso fora de portas, mas o jogo foi tudo... menos fácil.
Sensivelmente a meio do primeiro tempo, Jankovic colocou os azeris na frente do marcador, através de uma grande penalidade (21'), algo que contribuiu para aumentar a ansiedade no Minho. Esse sentimento ainda foi 'abafado' com o golo de Banza à beira do intervalo (44'), até que veio a segunda parte...
O Qarabag arrumou o assunto em quinze minutos e até o VAR contribuiu para isso. Aos 54 minutos, Zoubir aproveitou um desvio para recolocar os azeris a vencer e, pouco depois, foi Juninho (65') a introduzir a bola na baliza de Matheus. Em ambos os momentos, o árbitro assistente levantou a bandeirola, porém, o VAR acabou mesmo por validar os dois lances que aumentaram a contestação na Pedreira.
O desastre assumiu outros contornos com o bis de Zoubir (69'), que apenas foi amenizado com o penálti convertido com sucesso por parte de João Moutinho, em cima do minuto 90, a deixar a desvantagem dos lusos em dois golos para a segunda mão, que se disputa no Azerbaijão na próxima quinta-feira.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Abdellah Zoubir rubricou uma exibição de gala e conseguiu ter participação direta em três dos quatro golos do Qarabag, sendo que a exceção foi mesmo a grande penalidade convertida por Marko Jankovic. Em 15 minutos, o avançado marroquino bisou aos 54 e aos 69 minutos, sendo que, pelo meio, ainda assistiu Juninho para novo motivo de desilusão no Minho.
Surpresa
Logo após ter regressado do Campeonato Africano das Nações (CAN), Simon Banza surgiu no onze inicial de Artur Jorge, por força da lesão de Ricardo Horta, algo que acabou por ser, por si só, uma surpresa. Ainda assim, o ponta de lança foi sempre a unidade mais capaz de responder às necessidades da equipa, com três oportunidades de golo - uma delas concretizada com sucesso, à beira do intervalo.
Desilusão
Álvaro Djaló terá feito, porventura, a exibição mais discreta desde que subiu à equipa principal do Sporting de Braga, com pouco aparecimento no ataque e um escasso comprometimento defensivo. Não foi de estranhar que, aos 56 minutos, tenha sido substituído por Roger Fernandes, sobretudo após a acumulação de erros registada na reta inicial do segundo tempo, marcado por novo golo do Qarabag.
Treinadores
Artur Jorge não mexeu muito em relação à equipa que sofreu a pesada goleada diante do Sporting, com nota apenas para as entradas de Niakaté e Banza para as vagas de José Fonte e Ricardo Horta, sendo que a desinspiração parece que se 'arrastou' de um jogo para o outro. As mexidas no segundo tempo, entre o sufoco dos azeris, não trouxeram melhorias à equipa e o resultado final ficou à vista.
Gurban Gurbanov procedeu também a duas alterações em relação ao último onze e mostrou, desde bem cedo, que tinha preparado a sua equipa para atingir o êxito no Minho. O Qarabag soube como explorar os pontos fracos do seu adversário e as mexidas surgiram apenas para lá do terceiro golo, de forma a segurar a diferença de dois golos para a segunda mão, com uma exibição altamente positiva.
Árbitro
Morten Krogh protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos, tendo apenas sido 'traído' por um dos seus assistentes, ao invalidar dois golos do Qarabag que viriam a ser revistos pelo VAR e, posteriormente, validados. De resto, o árbitro dinamarquês mostrou ter um critério justo e equilibrado durante toda a partida.
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