No auditório principal da Cidade do Futebol, em Oeiras, dezenas de inscritos assistiram a painéis que contaram com o contributo de representantes de diversas modalidades desportivas e especialistas sobre os três eixos de discussão em debate: a pegada social do desporto, a economia de longevidade e, a concluir, atletas de elite como inspiração.
No primeiro tópico, após uma apresentação inicial de Raquel Vaz-Pinto, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, que mostrou, através do futebol, a força transformadora do desporto numa sociedade, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, abordou o tema numa mesa redonda, ao lado do professor Jorge Olímpio Bento e Nuno Frazão.
"O desporto é influenciado pela sociedade e tem também um efeito influenciador na própria modelação da sociedade. Tem uma repercussão, e particularmente o futebol, que não se encontra em qualquer outra modalidade. O futebol está presente em todos os contextos societários. Em qualquer ponto do planeta, a linguagem mais comum é a bola e é transversal a todas as sociedades. No entanto, o futebol não é unidimensional e exige uma leitura plural, precisamente porque é para todos", considerou o dirigente.
Desta forma, José Manuel Constantino apontou que o desporto "foi um elevador social para muitos atletas", auxiliando-os na promoção e valorização, um pecúlio que "não se pode abrir mão", falando ainda na esperança renovada nos exemplos dos mais jovens.
"A fraternidade que se revelou nos dérbis, entre atletas de clubes diferentes, é um dos exemplos que me põem a pensar se, por vezes, não sou severo demais nas avaliações que faço quanto à possibilidade de mudar o mundo. São sinais de esperança, apesar da dificuldade e dos comentários. Há jovens com valores e isso supera o resultado. É uma felicidade imensa ver aqueles jogadores abraçados antes e no final de um jogo", frisou.
Relativamente à economia de longevidade, a especialista Ana João Sepúlveda explicou a importância e o papel que o desporto pode ter no envelhecimento da população, o que é cada vez mais uma realidade, como especificou Amadeu Portilha, presidente da Tempo Livre Guimarães, numa mesa-redonda que contou com o presidente do Inatel, Francisco Caneira Madelino, e teve os exemplos do Xico Andebol, através do 'walking handball', e do Esgueira, com o basquetebol suave, para pessoas com mais de 50 anos.
Para o último painel, sobre atletas de elite como inspiração, foram convidados a atleta Andreia Santos, que conjuga o atletismo com o trabalho como empregada de limpeza, a jogadora de futsal do Benfica Janice Silva, que cresceu num bairro social na Amadora, o atleta paralímpico Miguel Monteiro e também o jogador de râguebi Tomás Appleton, que pretende ter a sua modalidade menos elitista e mais aberta a todos os praticantes.
Na plateia, estiveram algumas caras conhecidas do futebol português, como o árbitro Artur Soares Dias, os ex-futebolistas Humberto Coelho, João Vieira Pinto, Abel Xavier, João Tomás, Jorge Andrade, Dimas e Álvaro Magalhães, ou ainda o presidente da FPF, Fernando Gomes, acompanhado pelos vice-presidentes José Couceiro e Mónica Jorge.
Também os líderes do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, do Conselho de Arbitragem da FPF, José Fontelas Gomes, e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, estiveram no auditório.
[Notícia atualizada às 20h51]
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