O Benfica superou a desilusão provocada pelos dérbis diante do Sporting, ao bater, esta quinta-feira, o Olympique Marseille (2-1) na primeira mão dos 'quartos' da Liga Europa, seguindo-se um decisivo jogo daqui a uma semana, em Marselha, de olho nas 'meias' da segunda maior prova europeia de clubes.
O conjunto de Roger Schmidt entrou melhor e Rafa Silva tratou de abrir o ativo (16'), tendo estado sempre mais perto de ampliar do que de sofrer o empate, até ao fecho do primeiro tempo de uma partida que, recorde-se, esteve em risco de não ter adeptos visitantes, após toda a polémica relacionada com a proibição (entretanto levantada) das entidades francesas colocada ao público encarnado para a segunda mão.
Após um intervalo que contou com uma arrepiante homenagem a Sven-Goran Eriksson, o Benfica conseguiu chegar ao segundo golo, por intermédio de Ángel Di María (52'), dando reais ameaças de chegar ao terceiro. Porém, o conjunto francês reduziu por Aubameyang (67') e fez crescer as dúvidas na eliminatória, sobretudo na procura de um empate que não se concretizou.
A vontade estava lá...
Roger Schmidt decidiu manter a mesma 'fórmula' aplicada nos duelos frente ao seu rival, apesar dos desfechos negativos nos jogos da Taça de Portugal e do campeonato, sem qualquer alteração no onze apresentado, perante um adversário que acabou por mexer algumas peças por indicação do treinador Jean-Louis Gasset.
As águias arrancam bem e, após uma perdida de Alexander Bah com meia dúzia de minutos decorridos, chegou a vez de Rafa Silva aparecer no sítio certo para abrir o ativo, aos 16 minutos, provocando a primeira grande 'explosão' de alegria na Luz - já depois de uma primeiras tochas acesas nas bancadas, contrariamente ao que foi pedido pelo Benfica, em função do castigo da UEFA.
O Benfica não tirou o 'pé do acelerador' e persistiu em busca de mais um golo, ainda que de forma tímida, com remates de Casper Tengstedt e João Neves, sendo que, pelo meio, Faris Moumbagna também tentou assustar Anatoliy Trubin. David Neres e Ángel Di María também registaram as suas investidas, mas sem mais alterações a registar até ao tempo de descanso.
'Susto' culminou em... assobios
Após uma (arrepiante) homenagem a Sven-Goran Eriksson no relvado, em tempo de intervalo, o Benfica regressaria dos balneários sem qualquer mexida, assim como o Olympique Marseille, num segundo tempo que não poderia ter começado melhor para os cerca de 50 mil adeptos benfiquistas presentes na Luz. Aos 52 minutos, Di María apareceu no interior da grande área e, a passe de Neres, chegou ao segundo na partida, deixando o público ao rubro.
A oportunidade para o terceiro golo esteve bem mais perto do que pareceu, sobretudo em nova investida de Tengstedt (em 'dia não' no capítulo da finalização), mas seria mesmo o clube de Marselha a reduzir, aos 67 minutos, num aproveitamento de Aubameyang após falha de António Silva.
A verdade é que o Benfica nunca mais foi o mesmo desde então. Acusou a pressão, desorganizou-se, sentiu alguns assobios que se faziam sentir nas bancadas e quase nada saiu bem até ao apito final, sendo que Roger Schmidt apenas promoveu as entradas de Marco Leonardo e João Mário (ambas aos 71 minutos). Com uma margem tangencial, o Benfica desloca-se até França, no próximo dia 18, com condições para sonhar com as 'meias' da Liga Europa, apesar do ambiente frenético com que se deparará no Vélodrome.
[Notícia atualizada às 22h08]
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Equipas iniciais
Benfica: Anatoliy Trubin, Alexander Bah, António Silva, Nicolás Otamendi, Fredrik Aursnes, Florentino Luís, João Neves, Ángel Di María, Rafa Silva, David Neres e Casper Tengstedt.
Marseille: Pau López, Mbemba, Leonardo Balerdi, Samuel Gigot, Quentin Merlin, Luis Henrique, Jordan Veretout, Kondogbia, Pierre Aubameyang, Faris Moumbagna e Amine Harit.
Antevisão
O Benfica prepara-se para voltar a competir na Liga Europa, esta quinta-feira, com a receção ao Olympique Marseille a contar para a primeira mão dos 'quartos', precisamente após dois dérbis frente ao Sporting, que acabaram por ser penalizadores para a equipa de Roger Schmidt.
As águias empataram no primeiro duelo frente ao rival leonino (2-2 na Luz) e, assim, acabaram eliminadas às portas da final da Taça de Portugal, seguindo-se uma derrota em Alvalade (2-1) a complicar as contas da luta pelo trono da I Liga, ficando a quatro pontos de distância dos leões (que ainda têm uma jornada em atraso), pelo que a última alternativa de acabar a época a sorrir poderá mesmo passar por chegar a uma final europeia.
Já com o segundo lugar algo confortável (mais nove pontos do que o FC Porto, a seis jornadas do fecho do campeonato), o Benfica pretende apoiar-se no (curto) histórico frente ao clube de Marselha, para poder voar alto na segunda maior prova europeia de clubes. Tudo isto porque, em duas eliminatórias distintas, foi o mesmo clube a sorrir. Em 1989/90, o conjunto da Luz chegou à final da Taça dos Campeões Europeus com um triunfo caseiro por 1-0, após uma derrota em França por 2-1, num agregado de 2-2 que saiu favorecido pelo golo marcado fora de portas. Já em 2009/10, ao empate na Luz (1-1) seguiu-se uma vitória no Vélodrome (1-2), a culminar no apuramento para os 'quartos' da Liga Europa.
De referir que, pela frente, a única portuguesa que ainda disputa as competições europeias da presente época vai encontrar um adversário fragilizado, com quatro derrotas consecutivas, mas altamente focado no objetivo de chegar às 'meias', face ao adiamento da partida diante do Nice, de forma a concentrar-se apenas e só no duplo compromisso com o Benfica. Nota ainda para a polémica relacionada com a proibição da entrada de adeptos do Olympique Marseille na Luz, numa posição tomada pelos encarnados após terem conhecimento de igual proibição, por parte das autoridades francesas, de adeptos portugueses em Marselha, no duelo da segunda mão.
O jogo tem apito inicial agendado para as 20 horas (horário de Portugal Continental) desta quinta-feira, no Estádio da Luz, com arbitragem do inglês Michael Oliver, sendo que poderá acompanhar as incidências da partida, em direto, no Desporto ao Minuto.
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