"É um desafio enorme. Falamos de uma perda significativa de valor, por volta dos 40 milhões de euros, [a diferença] entre a Liga dos Campeões e Liga Europa. O FC Porto está em situação operacional limite, de tesouraria, recorre a antecipação de receitas para operacionalizar o dia a dia. Não estamos a perder tempo no estabelecimento de contactos exploratórios para novas parcerias comerciais", declarou o candidato, à margem da apresentação de três nomes para a comissão executiva da SAD.
O FC Porto encontra-se atualmente no terceiro lugar da I Liga, quando o campeonato apura os dois primeiros, atualmente Sporting e Benfica, para a Liga dos Campeões do próximo ano.
Segundo o candidato, o clube "tem de se focar em concluir bem o seu campeonato e sonhar com levantar a Taça de Portugal", competição em que está nas meias-finais e que apura para a Liga Europa.
Por outro lado, lamentou "não ter resposta do FC Porto às perguntas" sobre o parceiro anunciado pela atual direção, liderada por Pinto da Costa, sobre um parceiro que espera "ser de elite" em termos de capacidade de ajudar o clube.
"São negócios tomados a poucos dias das eleições, temos muita pena", criticou, antes de vincar o legado "histórico" do atual presidente.
Villas-Boas mostrou-se ainda preocupado com algumas questões operacionais relacionadas com o ato eleitoral de 27 de abril, nomeadamente a falta de pessoas, de dentro de uma convocatória interna no grupo FC Porto, para presidirem às mesas de voto, mas também "com fiscalização e delegados, superdelegados".
De resto, o antigo treinador desmentiu os nomes avançados na imprensa para assumir o comando técnico do clube, incluindo o italiano Gian Piero Gasperini, e não confirmou que o espanhol Andoni Zubizarreta seria diretor desportivo, ainda que tenha lembrado ter trabalhado com ele e ter pelo antigo guarda-redes "o maior respeito e elevação".
Villas-Boas apresentou hoje três nomes para a comissão executiva, com a área de negócio e expansão internacional entregue a Tiago Madureira, diretor executivo da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) entre 2020 e 2023.
João Borges, por seu lado, ficará com a área de operações a seu cargo, alicerçada no currículo marcado pela administração do Porto de Aveiro e experiência profissional na Deloitte e Banco Carregosa, entre outros.
O departamento jurídico e de relações internacionais está entregue a José Luís Andrade, atual diretor jurídico da Associação Europeia de Clubes (ECA), tendo integrado também o departamento jurídico da FIFA e trabalhado como advogado interno no Tribunal Arbitral do Desporto.
A estes três nomes junta-se o de José Pedro Pereira da Costa, diretor financeiro, integrando uma comissão executiva da SAD liderada por Villas-Boas.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
O ato eleitoral decorrerá em 27 de abril, entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato consecutivo, que lhe atribui o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.
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