Manuel Tulipa concorda com a convocatória de Francisco Conceição para representar a seleção nacional no Euro'2024, revelada esta terça-feira pelo selecionador nacional. Em entrevista ao Canal 11, o treinador do Torreense, que trabalhou com o jovem jogador do FC Porto nos tempos de formação, destacou o "crescimento" nos últimos anos e falou de um elemento de "grande valor" para Portugal.
"Estava a contar porque a época correu muito bem ao Francisco, a parte final de forma extraordinária. O clube ficou muito dependente do que ele fazia no jogo. Também entendo que perante as características dos nossos adversários no Euro, um jogador como o Francisco pode ser importante em alguns momentos do jogo, nem sempre do início", começou por dizer Tulipa, antes de comentar a alcunha de "espalha brasas" atribuída pelo selecionador nacional.
"Eu acho que ele é um agitador. Quando joga de início ou quando entra, provoca muitos desequilíbrios ao adversário. Antes era um jogador que precisava de espaço para ser importante no jogo, mas hoje não é necessário, porque compreende muito bem o momento de ataque posicional e ataque rápida. Neste momento é um dos jogadores mais fortes na reação à perda de bola, o que acrescentou ao jogar quando tinha 17 anos. Tornou-se mais importante no jogo coletivo. Está a fazer uma época extraordinária e é um elemento de grande valor para o nosso selecionador", vincou.
Tulipa apontou ainda para o facto de Francisco Conceição nunca ter abdicado do rasgo individual mesmo quando as coisas lhe corriam mal.
"A adaptação mental que acontece no futebol é muito importante. Nunca ganhamos sozinhos. Ele foi muito atrevido e nunca perdeu o foco naquilo que fazia muito bem: o driblar, o esconder a bola, aquela 'ranhozice' que também tem.. Isso era visto como um obstáculo para ele, porque muitas das vezes na procura de ganhar duelos perde-se a bola e as pessoas não ficavam contentes", explicou, antes de concluir.
"Ele é diferenciado por ser um jogador muto forte na parte individual. A resiliência que ele ganhou quando teve pouco tempo de jogo no FC Porto foi de extrema importância. Depois regressou muito mais adulto e mais importante para a equipa. Tem uma dimensão coletiva que não tinha na formação", rematou o treinador português de 51 anos que passou pela formação do FC Porto entre 2017 e 2020.
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