Pierre-Emerick Aubameyang concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista ao canal de YouTube 'Colinterview - Oh My Goal', na qual quebrou o silêncio a propósito dos motivos que o levaram a abandonar o Arsenal, em janeiro de 2022.
"Foi durante o período da Covid-19, e penso que íamos jogar contra o Everton. A minha época não estava a correr muito bem, estávamos em dificuldades, no campeonato, e, no dia anterior, o treinador [Mikel Arteta] disse-nos 'Ouçam, não interessa se vencermos ou não, vão ter um dia de folga. Mas, se quiserem sair, avisem antes do jogo, porque têm de seguir as regras de segurança sanitária'", começou por afirmar.
"Meses antes, a minha mãe sofreu um AVC, era a altura do Natal, por isso, disse ao treinador 'Vou ter consigo, porque gostava de sair. Vou apanhar a minha mãe e trazê-la de volta, para as festividades'. Ele disse-me que não havia problema", acrescentou o avançado, que, agora, atua ao serviço do Marseille.
No entanto, o internacional gabonês acabou por ver-se retido, no país natal: "Cheguei, o treinador termina a reunião, e, depois, agarra em mim e rasga-me por completo. Grita comigo que nem um louco. Diz 'Apunhalaste-me pelas costas. Não podes fazer-me isso, dado o período por que estamos a passar".
"Naquele momento, disse a mim mesmo que não ia responder, porque ia acabar mal. Não sai para festejar. Ele sabe bem a razão pela minha saída, por isso, naquele momento, não percebi por que me estava a dar aquele sermão. Vou para casa, o médico liga-me e diz 'Amanhã, o treinador não te quer lá'", prosseguiu.
"Mais tarde, Arteta explica-me por que estava contra mim, quando era complicado para o clube. Disse que eu tinha de ser um exemplo e que não podia fazer aquilo. Naquela altura, eu disse 'Admito que tenho parte da responsabilidade, mas tem de perceber a verdadeira causa, se é minimamente humano'. Depois disso, acabou'", rematou.
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