Luís Dias, antigo coordenador da formação do Sporting, falou, esta terça-feira, sobre o jogo de Portugal diante da Eslovénia, que garantiu a passagem da equipa das quinas aos quartos de final do Euro'2024. O duelo ficou marcado pelas lágrimas de Cristiano Ronaldo, que falhou uma grande penalidade no tempo de prolongamento.
À margem do Ibercup Estoril 2024, que começa esta terça-feira, o antigo dirigente do Sporting elogiou o internacional português, com quem se cruzou quando esteve na formação dos verde e brancos.
"Não é fácil porque, como costumo dizer, as emoções não têm escalão. Ou estamos tristes, ou estamos felizes. Independentemente do escalão da competição em que se está, as reações emocionais são sempre iguais. Vi até a substituição do João Cancelo, que foi por um excesso de descontrolo que estava a acontecer, e é normal. São jovens, jogadores que têm uma experiência de estar em alta competição e, quando as coisas não correm como queremos, em que nos esforçamos ao máximo e a bola não entra, por vezes as emoções sobrepõem-se", começou por dizer Luís Dias aos jornalistas.
"O Cristiano no final do jogo disse algo que tento transmitir sempre e sempre tentei transmitir. O mais importante não é marcar sempre ou ganhar sempre, o importante é não desistir. A reação aos insucessos é o que define os grandes craques. Aconteceu ao Modric na semana passada, que após falhar um penálti fez um golo, e aconteceu agora com o Cristiano, que assumiu a responsabilidade de marcar o primeiro penálti perante o mesmo guarda-redes. Isso foi fundamental depois de dar uma parte emocional do ponto de vista acrescido e motivação para levarmos em diante esta eliminatórias. Estou convencido que depois deste turbilhão de emoções, Portugal vai ficar ainda mais forte do ponto de vista do grupo e do ponto de vista do que é o comum sofrimento por uma bandeira", prosseguiu.
Cristiano Ronaldo ainda não marcou neste Euro'2024, mas Luís Dias rejeita a ideia de que o internacional português esteja desesperado por ainda não ter festejado.
"Não diria desespero, acho que as pessoas não têm a noção que, para estar ao nível em que está ele e o Pepe, têm de fazer um esforço muito superior aos jovens de 22 ou 23 ano. As pessoas não têm a noção das dores que os jogadores passam para poderem estar a competir a este nível com esta idade. Com tantos sacrifícios, com tantas regras para cumprirem para se apresentarem nesta forma física, a parte mental acaba por ceder. Mas estou em querer que, depois desta situação, tudo se vai recompor e quando estiver descontraído os golos vão surgir com naturalidade. Não nos podemos esquecer que esta temporada fez 50 golos e estou em crer que vai continuar a bater todos os recordes", vincou.
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