Roger Schmidt concedeu uma entrevista à plataforma Bplay, divulgada esta segunda-feira, conduzida pelo antigo jogador e treinador Toni, em que fez um balanço do que foram estes dois primeiros anos como técnico do Benfica.
"Ao fim de dois anos, descrever o Benfica não é fácil, porque é um clube muito especial e também é muito exigente para todos os que trabalham aqui, que jogam no clube, que fazem parte do ou que também têm um papel de responsabilidade, como eu, enquanto treinador principal. E é também um clube muito bonito. Há muito entusiasmo pelo Benfica na cidade, no país e também no estrangeiro quando viajamos. Não importa onde vamos. Há sempre muitos benfiquistas. E por isso é fantástico fazer parte disso", começou por dizer o treinador alemão, no programa Mística A Dois.
"Obviamente, agora também conheço a ambição de todas as pessoas do Benfica. Toda a gente espera que ganhes tudo. Se não ganhares, não aceitam muito bem, por isso, há sempre que criar o equilíbrio. Ganhar e perseguir os objetivos do Benfica, ou seja, perseguir os troféus é o desafio e também saber que, sim, há muita pressão à volta do clube, para os jogadores e para todos os que lá trabalham. E penso que, após dois anos, tenho uma impressão muito boa", prosseguiu.
"O primeiro ano parece ser muito fácil porque ganhámos muito, quase tudo, e no final fomos campeões. Começámos bem na segunda época, com a Supertaça, mas depois tornou-se difícil. Para mim, acho que também foi importante sentir esta situação. Se queres mesmo perceber o Benfica, tens de fazer parte dos bons momentos. Mas acho que também é uma vantagem fazer parte dos momentos difíceis. Ficámos com essa noção na época passada, e penso que será útil também para a próxima época", vincou ainda.
A propósito de algumas das críticas que lhe fizeram na época passada, Schmidt fez um apelo aos adeptos encarnados tendo em vista a nova temporada desportiva.
"Há sempre uma relação com os adeptos, mas aqui no Benfica é muito especial. Para ser sincero, acho que tive muita sorte porque o início no Benfica foi muito positivo. Ganhámos muitos jogos na pré-época, no campeonato e também na Liga dos Campeões. Estivemos bem, por isso, a minha primeira impressão dos adeptos foi fantástica. Fiquei muito impressionado com tudo, com o ambiente no estádio e tudo o resto. Mas depois, claro, já na primeira época, tivemos também alguns momentos em que tivemos dificuldades, e numa semana perdemos três jogos, contra o Inter, um jogo contra o FC Porto, em casa, e a seguir, em Chaves, tivemos muito azar", atirou o germânico.
"E depois tive a primeira impressão do que significa perder jogos e, para ser sincero, fiquei muito surpreendido, talvez chocado com toda a reação, porque já tínhamos ganho tudo antes. Fizemos uma grande época, na Liga dos Campeões também, perdemos um jogo. Estavam muito descontentes connosco, protestavam e vaiavam, mas penso que o início para mim foi importante para saber que eles podem agir de forma diferente. No fundo, isto é o Benfica. Sinto que, como treinador ou jogador, temos de lidar com isto. As expectativas dos adeptos estão sempre aqui e não aceitam uma menor qualidade. Ou, como disse, quando passas uma bola ao adversário, talvez aceitem na primeira vez, mas na segunda já fica perigoso", vincou ainda Schmidt.
"Acho que tive bons momentos no Benfica, mas são os momentos difíceis que nos fazem compreender o clube e os adeptos. Por vezes o ambiente no estádio é muito particular, mas acho que isso faz parte. Lido bem com isso. Tal como os jogadores também têm de lidar. Temos de nos concentrar no trabalho. A única coisa a fazer para criar um ambiente positivo é ganhar jogos e jogar bom futebol. É isso que temos de fazer. Vamos trabalhar muito na pré-época, pois vamos ter uma época muito dura. Depois, vamos dar tudo em cada jogo e, jogo a jogo, temos de lutar pelos títulos. Sabemos que os nossos adeptos podem fazer a diferença. E claro, espero que todos os benfiquistas possam estar aqui na próxima época, com a equipa, para lutarmos juntos pelos títulos", finalizou.
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