Já lá vão mais de dois anos desde Sergiy Stakhovsky tomou a decisão de uma vida, ao colocar um ponto final na carreira no ténis para regressar à Ucrânia, para ajudar o país no combate à invasão por parte das forças militares russa.
Em entrevista concedida à edição deste sábado do jornal espanhol Marca, o agora ex-atleta, de 38 anos de idade, assume que não foi fácil, "sobretudo, tendo em conta que tinha de deixar os filhos para trás". Ainda assim, sublinha, trata-se de uma "obrigação moral", pelo que não se arrepende daquilo que fez.
"Diria que é extenuante. Habituas-te ao medo. Habituas-te às vibrações dos projéteis de artilharia. Habituas-te a tudo. Por vezes, o nível de medo é mais alto do que o normal, mas ainda assim, tens de ser capaz de operar", começou por afirmar.
"Quando estás num tiroteio, sabes que há um certo nível de risco, mas, durante os ataques da artilharia, não tens nenhuma possibilidade de saber quem vai atrás de ti. Normalmente, se ouves o som da artilharia, significa que não te vai atingir diretamente", prosseguiu.
"Continuo a ser extremamente afortunado por poder estar vivo. Não sei se conseguirei sobreviver a esta guerra. Honestamente, só espero que sim. Há tantas crianças que não voltarão a ver os pais... É desolador. É algo que toda a gente deveria entender", completou.
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