Que apoio falta: Referia-me ao apoio em geral. Os nossos atletas fora do futebol não têm grandes apoios. Nota-se que, no nosso país, há falta de cultura desportiva. Há muita malta de fora que não acompanha desporto, quando temos competições, que não tem conhecimento do que eu faço. Recebo mensagens, até na rua, de pessoas que se enganam na minha prova, dizem que é salto em comprimento. Eu faço o triplo salto. Refiro-me a tudo. Graças a Deus, tenho apoio da Câmara de Setúbal, onde treino, mas, infelizmente, não tenho todas as condições. Também tenho um fisioterapeuta que me acompanha, mas é da seleção, tem o seu trabalho, e não consegue estar comigo a tempo inteiro. Preciso de um fisioterapeuta que esteja comigo a tempo inteiro, de melhores condições de treino.

Benfica: Recebi os parabéns da parte do presidente Rui Costa. Ainda não temos combinado o dia. Estou cá, no país. Espero receber outra mensagem dele para nos encontrarmos e procurar uma solução para ver se continuamos ou não.

Final da carreira: Na verdade, já vinha a pensar em aposentar-me desde o ano passado. Tive uma lesão muito grave, não conseguia andar nem dormir bem. Foi muito duro. Aconteceram muitos problemas a nível pessoal. A nível profissional, também. A partir daí, comecei a pensar se valia a pena tanto sacrifício, visto que não tinha muitos benefícios. Comecei a falar com a minha família, e meti na cabeça que o melhor era participar nos Jogos Olímpicos e ficar por aqui. Ainda não falei com a minha mãe e a minha esposa. Vou falar com elas, quando chegar a casa, e tentar ter uma reunião com as entidades desportivas e com o Benfica, para ver o que acontece. Ainda não tenho a certeza, mas o que está na minha cabeça, agora, é ficar por aqui. Vamos ver o que acontece, nos próximos dias.

Mais um pódio: É uma sensação muito boa. Qualquer atleta que fica no pódio fica feliz, estamos a falar de uma medalha olímpica. Trabalhamos, de quatro em quatro anos, para atingir este objetivo. Não consegui o ouro, consegui a prata. É mais uma medalha para mim, para a minha equipa de trabalho e para o meu país. Estamos todos felizes.

Prata com 'sabor' a ouro: Aceitei. Tive alguns erros durante a prova, não acertei bem na tábua, tive vários saltos que perdi... Bastava acertar cinco ou seis centímetros na tábua que ganhava. Não saiu, desta vez. É o desporto, é a vida, mas estamos aqui, felizes, que é o mais importante.

Leia Também: Pichardo alcança terceira medalha lusa (e segunda de prata) em Paris'2024