O que falhou: Há mérito do FC Porto e demérito nosso, por sofrermos um golo muito cedo. Sofrer um golo logo na primeira parte é muito complicado. A sofrer, no Dragão, contra uma equipa confiante, que ganhou a Supertaça e marcou quatro golos ao Sporting, três ao Gil Vicente e dois ao Santa Clara, é muito duro. O FC Porto, como boa equipa que é, ganha moral. Nós, infelizmente, demos saltos muito grandes na pressão, o FC Porto explorou os espaços, teve mérito. Nunca nos encontrámos, a perder muitas bolas, e, quando sofremos o segundo golo, tínhamos de fazer alguma coisa. Não é pelos jogadores.
A estratégia falhou, a equipa falhou, não interessa. O primeiro a falhar foi o treinador, e, à meia hora, foi preciso fazer alguma coisa para tentar meter cabeças, frescas, para tentar ajudar a equipa a pensar melhor. Aos 40 minutos, ficar com menos um, no Dragão, a perder, por 2-0... Foi muito apelar ao que demos, na segunda parte, que foi este espírito de equipa, demonstrar que este grupo está unido e é responsável. É um grupo pronto para envergar esta camisola, na adversidade. Foi isso que lhes pedi, ao intervalo. Na segunda parte, tínhamos de lutar com honra e dignidade, porque estávamos a jogar num palco com uma grande equipa, mas tínhamos de demonstrar que estávamos juntos e unidos.
Estou muito satisfeito com a atitude, na segunda parte. As coisas não nos saíram na primeira, o FC Porto foi melhor, não conseguimos implementar, nem de perto nem de longo, o nosso jogo. Se calhar, outras equipas desorganizavam-se e começavam a discutir, com menos um jogador e o cansaço acumulado... Há equipas que, neste campeonato, já perderam com estas equipas por cinco e por seis. Pode acontecer, e nós não deixámos. Tivemos felicidade, mas também a procurámos. Os jogadores foram muito responsáveis. Com menos um, não sofremos golos, e isso é de louvar. É um 2-0, no Dragão. O calendário colocou-nos contra Sporting e FC Porto nos três primeiros jogos, temos três pontos, não fomos goleados, hoje, em Alvalade, perdemos 3-1... É difícil fazer crescer tanta gente e ter coesão no jogo, mas o mais importante é lutar na adversidade. Demos, na segunda parte, imagem de uma equipa que sabe defender junta.
Muitos jogadores novos: Sou treinador, todas as experiências me enriquecem. Estou muito motivado para trabalhar com o grupo que tenho, eles têm muita qualidade. Vamos crescer, ao longo da competição. Estou muito motivado para os ajudar no que for preciso. Ao intervalo, tentei levantar a moral para que percebessem que isto é futebol, que podíamos perder, mas tínhamos de jogar este jogo até ao fim. Os desafios são os desafios, estou pronto para ajudar o Rio Ave. Estou cá para trabalhar, com a convicção de que vamos jogar, em casa, com os nossos adeptos, e daremos resposta. Ainda hoje, tivemos um Jhonatan a grande nível, que, em Alvalade, teve uma infelicidade. Não esteve tão bem, mas, agora, faz um jogão, no Dragão. A equipa tem de perceber isso.
Três alterações na primeira parte: O treinador, para fazer três substituições, a culpa não pode ser dos três, tem de ser do treinador. A equipa não está bem, alguma coisa tem de ser feita, e eu estou cá para isso. Naquele momento, era preciso fazer alguma coisa para ajudar a equipa. Calhou ser aqueles três, podiam ter sido outros, mas é sinal de que o treinador não conseguiu colocar em campo a equipa como tinha de estar.