E quando se pensava que o Benfica havia encontrado, finalmente, o caminho para as vitórias esta época, eis que um novo empate contra o Moreirense (1-1), no arranque da quarta jornada da I Liga, voltou a fazer soar os alarmes na Luz - ainda que Roger Schmidt teime em afastar esse cenário.
O jogo ainda não tinha começado e os assobios vindos das bancadas já eram mais que muitos, até mesmo quando os jogadores se alinharam para prestar homenagem ao antigo treinador Sven-Göran Eriksson, que deixou o futebol de luto esta semana.
Quem assistiu à entrada pressionante do Benfica e, por algum motivo, não viu o jogo até ao fim, terá certamente dificuldades em compreender como é que as águias não saíram de Moreira de Cónegos com os três pontos. A verdade é que foi por pouco que o conjunto liderado por Schmidt não voltou a Lisboa de 'mãos a abanar'.
Pouco antes do intervalo, o Benfica sofreu o primeiro grande susto. Gabrielzinho introduziu a bola na baliza de Trubin mas foi o VAR a mostrar ao árbitro André Narciso que Alanzinho, no início da jogada, deitou ao chão Leandro Barreiro com um pisão. O marcador voltava à 'estaca zero'.
À semelhança do que tinha acontecido na primeira parte, as águias entraram forte no segundo tempo e o inconformado Pavlidis até pregou alguns sustos ao guarda-redes Kewin, que encontrou sempre solução para essas investidas. O jogo parecia já sentenciado a um empate sem golos quando Lawrence Ofori, desmarcado por Bernardo, só viu a baliza e rematou para o 1-0, aos 84'.
Roger Schmidt e companhia já começavam a pensar nos assobios que iriam ouvir quando o jogo chegasse ao final e se foi um pisão a salvar o Benfica do primeiro golo, seria um outro pisão a ditar uma grande penalidade a favor dos encarnados. Luis Asué derrubou Leandro Barreiro e, na conversão, Marcos Leonardo restabeleceu a igualdade (1-1).
Recordadas as incidências do jogo, vamos então às notas:
Figura
Ofori correu, correu, correu e... correu. Foi a insistência do médio ganês que esteve na origem do golo do Moreirense e este não podia ter sido mais merecido.
Surpresa
António Silva foi de novo chamado à titularidade e mostrou-se competente ao lado de Otamendi. Esteve seguro, ajudou a construir a partir de trás e fez renascer a competitividade com Tomás Araújo, a escolha de Schmidt para os jogos anteriores.
Desilusão
Quando Di María não está bem, o Benfica também não está. Do argentino dependem muito os encarnados e a verdade é que esta não foi uma noite muito inspirada. Não foi o pior em campo, mas esperava-se mais.
Treinadores
César Peixoto soube contrariar as iniciativas do Benfica e o plano de jogo foi eficaz até bem perto do final.
Roger Schmidt foi recebido com elogios e deixou o relvado com o mesmo som de fundo. Não ter o apoio dos adeptos e um mau indício, mas o treinador alemão parece pouco preocupado com essa falta de apoio nas bancadas.
Árbitro
Nada haveria para apontar a André Narciso se o jogo tivesse terminado ao minuto 90+5'. O penálti a favor do Benfica segue-se a um toque com a mão na bola por parte de Marcos Leonardo, pelo que o mesmo não deveria ter sido assinalado. Até esse momento, no entanto, as decisões foram acertadas, até mesmo a que consistiu na anulação do primeiro golo do Moreirense.
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