Cristiano Ronaldo voltou, esta quinta-feira, a apontar o dedo a Erik ten Hag por conta da forma como saiu do Manchester United. Em conversa com Rio Ferdinand, de quem foi companheiro nos red devils, na sua primeira passagem por Old Trafford, o craque português recusou dizer se tinha razão ao dizer que o clube não estava no rumo certo, mas não deixou de deixar alguns recados.
"Se prova que estava certo ou errado, não é mais problema meu. Disse o que tinha a dizer. Para mim está feito. O que desejo para o Manchester, é o que desejo para mim. O melhor que possam fazer. Eu adoro aquele clube. Não sou aquele tipo de pessoa que esquece o passado", começou por dizer Cristiano Ronaldo, prosseguindo.
"Quando voltei para lá, estava muito feliz. Era um dos melhores marcadores, fiz coisas incríveis coisas com o clube. Na minha primeira época, com 37 anos, fui o terceiro melhor marcador da Premier League. Marquei em todos os golos da fase de grupos [da Liga dos Campeões], marquei 17 ou 18 golos na Liga. Mas como já disse, o United precisa de reconstruir tudo", vincou, deixando mais explicações.
"O clube precisa de tempo para ser reconstruído. É um dos melhores clubes do mundo, mas precisa de mudar. Eles perceberam isso. Só há um caminho. Eles já começaram a mudar... A estrutura, os donos, o investimento no centro de treino... Estou feliz, não pela forma como aconteceu, mas está a ser feito. Eu ainda adoro o Manchester United e só desejo o melhor", sublinhou CR7.
Sobre o talento que existe no atual plantel, Cristiano Ronaldo lembrou que o sucesso não depende apenas dos jogadores.
"Eu acredito que o futuro será brilhante, mas não depende apenas do talento. Depende do clube. Tudo tem de estar unido. Podem fazer boas coisas, podem ganhar a Taça da Liga... Mas ganhar a Liga dos Campeões ou a Premier League, será difícil", apontou, antes de abordar a recente entrada de van Nistelrooy, de quem foi colega de equipa no Manchester United e no Real Madrid, na equipa técnica de Ten Hag.
"O Ruud [van Nistelrooy]. Se o Ten Hag lhe der ouvidos, ele pode ajudar muito. Ele conhece o clube. O clube devia ouvir quem lá esteve. Roy Keane, Gary Neville, Paul Scholes, Sir Alex Ferguson... Não podes reconstruir um clube sem conhecimento. Não precisas de pessoas a trabalhar no escritório, que estão a ver futebol o dia todo. Não é assim que funciona. Quem percebe de futebol, foi quem esteve no balneário. Quem são os melhores treinadores do mundo? Guardiola, Ferguson... Eles foram jogadores, estiveram no balneário, eles percebem os jogadores. Se tu quiseres ir para a Formula 1, tu não percebes nada. 'No meu computador sei como fazer', não é assim que funciona! Se o treinador o ouvir, pode melhorar um bocadinho o clube", rematou CR7.
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