Foi resistir até não dar mais. O Benfica resistiu a quase tudo na Allianz Arena na noite de quarta-feira, mas não conseguiu evitar o desaire na visita ao Bayern Munique (1-0). Jamal Musiala anotou o golo que fez a diferença em Munique e que ditou a segunda derrota seguida do clube da Luz na Liga dos Campeões.
Uma noite volvida e pode-se dizer que a estratégia de Bruno Lage falhou redondamente. Correu mal, mas até podia ter corrido bem. Apesar do desaire na Alemanha, as águias foram capazes de anular, durante mais de uma hora, aquele que é um dos ataques mais profícuos do futebol europeu e que já leva mais de 50 golos esta temporada.
Mas os vencedores não são feitos de derrotas. Se é certo que o Benfica se apresentou em Munique com uma uma mentalidade pequena e muito defensiva, em busca de somar um ponto na Liga dos Campeões, a verdade é que não se pode apenas 'estacionar o autocarro' e esperar que os golos caiam do céu.
Este Benfica de tração atrás, que até surpreendeu João Palhinha, foi muito 'manso' perante o poderoso Bayern Munique. E, quando assim é, os golos também não surgem. No ataque, os encarnados foram uma nulidade dado as coisas não correram conforme Bruno Lage teria planeado. Os lisboetas deixaram Munique sem um canto conquistado e com apenas um remate. Orkun Kokçu, ainda no meio-campo defensivo, tentou fazer um 'chapéu' de 80 metros a Manuel Neuer, mas o guardião alemão controlou o lance.
A história podia ter sido diferente, mas o Benfica pouco ou nada fez para mudar o destino final. Para os anais fica a tradição que o clube encarnado cumpriu na visita à Allianz Arena: em sete jogos em Munique, a turma portuguesa perdeu sempre.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Quando um dos melhores jogadores da partida é o guarda-redes, diz bem sobre o que foi a estratégia do Benfica. Se os encarnados conseguiram manter a baliza intacta durante mais de uma hora de jogo, muito o deve a Trubin. O ucraniano foi adiando o que seria o golo da vitória do Bayern Munique com várias intervenções de grande nível.
Surpresa
Muitos tentaram, mas apenas Musiala quebrou a resistência do Benfica. O internacional alemão, aliado com Kane, aproveitaram o que foi um dos poucos erros defensivos do Benfica para marcar o golo da vitória alemã.
Desilusão
Em face da lesão de Bah, Kaboré teve nova oportunidade no onze inicial, mas voltou a deitá-la para o lixo. O lateral está longe de convencer os adeptos do Benfica e tremeu como varas verdes neste jogo de exigência elevada. Esteve muito nervoso e saiu ao intervalo.
Treinadores
Vincent Kompany
O provérbio popular português 'água mole em pedra dura, tanto bate até que fura' aplica-se bem ao que foi o jogo do Bayern Munique. Os alemães estiveram sempre por cima na partida e mostraram desde cedo a vontade de sair com a vitória desta partida. Depois de muitas ocasiões evitadas por Trubin, eis que Musiala encontrou o erro necessário para dar os três pontos aos germânicos. Daí para a frente, foi gerir o resultado até ao apito final.
Bruno Lage
A coesão defensiva apresentada na Alemanha impediu a turma lisboeta de sair de Munique com um resultado mais pesado. Por outro lado, um clube como o Benfica, habituado a estas andanças europeias, não deve ter apenas como estratégia chegar ao estádio de uma das equipas mais fortes do mundo e limitar-se a defender. Faltou risco ofensivo aos encarnados, que saem da Baviera com apenas um remate.
Arbitragem
Critério demasiado largo do italiano Davide Massa, deixando por marcar algumas faltas claras para as duas equipas.
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