"Senti que o meu trabalho no Mafra foi interrompido de forma abrupta"

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o treinador, de 50 anos, explicou a saída recente do comando técnico do Mafra e os planos que tem para o futuro.

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Rodrigo Querido
18/11/2024 07:54 ‧ 18/11/2024 por Rodrigo Querido

Desporto

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Carlos Vaz Pinto foi uma das grandes novidades do Mafra para esta temporada. O treinador, de 50 anos, sucedeu a Jorge Silas no comando técnico da equipa da região Oeste e estreou-se como técnico de uma equipa principal de Portugal em competições profissionais.

 

Mas este regresso ao nosso país não lhe correu de feição. Depois de duas épocas na Índia, Vaz Pinto fez 10 jogos com o Mafra, somou duas vitórias e acabou despedido no fim do mês de outubro. "Agradecemos a Carlos Vaz Pinto, Mangualde e Pica pela dedicação e profissionalismo demonstrados durante o tempo em que estiveram à frente da nossa Equipa Principal, desejando-lhes todo o sucesso em futuros projetos", explicara o emblema mafrense em comunicado, no passado mês de outubro. 

Em entrevista exclusiva concedida ao Desporto ao Minuto, Carlos Vaz Pinto fala agora sobre esta saída extemporânea do Mafra e as razões que o levaram a aceitar o convite do emblema da II Liga no verão passado. O técnico natural de Penalva do Castelo revela, ainda, os planos que tem para o futuro próximo.

Mafra? Encontrei um clube que tem uma visão clara daquilo que quer para o futuro, com objetivos muito bem definidosComo surgiu esta oportunidade de voltar a Portugal pela porta do Mafra?

Esta oportunidade não surgiu como normalmente surge à grande maioria dos treinadores. Não foi através de agentes porque eu não era representado por ninguém nessa altura. Algumas pessoas que estavam a trabalhar no Mafra já tinham trabalhado comigo no passado e, em função daquilo que era o perfil de treinador que o Mafra procurava, acabaram por, dentro da estrutura, indicar o meu nome. Depois disso, foram desenvolvidas duas ou três entrevistas com as pessoas que tomam as decisões dentro do Mafra e depois daí surgiu o convite para representar o Mafra.

Mas aquilo que me deixa de facto muito satisfeito neste processo de escolha tem a ver com o facto de estar identificado claramente o perfil do treinador que o Mafra pretendia. Depois de identificado o perfil e eu estar de acordo com esse perfil, acabámos por desenvolver uma série de conversas, primeiramente para verificar se havia empatia entre as partes e depois para verificar se em termos de trabalho era de facto aquilo que todas as partes pretendiam.

E que clube encontrou quando chegou?

Encontrei um clube que tem uma visão clara daquilo que quer para o futuro, com objetivos muito bem definidos. O contexto em que nós trabalhámos não era, de facto, o melhor para uma equipa profissional, em função daquilo que são as condições das infraestruturas que neste momento o Mafra tem, que estão a ser melhoradas. Creio que durante este mês o Mafra já terá um novo relvado para poder trabalhar, coisa que nós não encontrámos quando estivemos. Não tínhamos as melhores condições, digamos assim. 

Mas o Mafra tem uma visão e objetivos bem definidos e em termos de infraestruturas vai crescer bastante. Está planeada a criação também de uma academia, para além deste novo relvado que foi colocado agora. Mas, de facto, o contexto em que trabalhámos nessa altura não foi melhor em termos daquilo que eram as infraestruturas. Não em termos daquilo que eram os recursos humanos porque encontrei um Mafra com recursos humanos fantásticos. Fomos muito bem muito bem recebidos, é uma estrutura pequena, mas que está muito bem oleada e que manifestou sempre o máximo apoio em função daquilo que nós precisávamos. Fica de facto esta questão das infraestruturas que não eram as mais adequadas, mas que a breve prazo o Mafra irá ter uma academia com vários relvados.

Essa união quase umbilical do Mafra com o Midtjylland facilitou ou dificultou o seu trabalho?

Eu acabo por entrar em função daquilo que é a visão do grupo. Há uma empresa que detém o Midtjylland e o Mafra neste momento. As pessoas têm a ideia de que é um protocolo entre os dois clubes, mas não é assim. Ou seja, há uma empresa detentora de dois clubes, portanto é um grupo. É como se fossem dois clubes irmãos, digamos assim. Obviamente que o Midtjylland neste momento está num nível competitivo superior ao Mafra, mas acabam por ser dois irmãos que se ajudam mutuamente. Paralelamente a isto, e em função daquilo que é a visão do grupo, há academias em África que também vão fornecendo, a par dos scouts, os jogadores que vão entrando no grupo. Uns que estão já mais capazes e que entram diretamente no Midtjylland e outros que vêm para o Mafra no sentido de se prepararem para chegar, no mínimo, ao nível seguinte que é a entrada no Midtjylland.

Eu creio que estes dois irmãos, como disse, se vão ajudando e acaba por ser benéfico. Por exemplo, na pré-época, nós tivemos duas semanas na Dinamarca, na academia do Midtjylland, com as melhores condições de trabalho. Isto acaba por facilitar muito daquilo que foi a pré-época do Mafra. Acaba também por facilitar no sentido de que alguns jogadores que não têm o enquadramento competitivo no Midtjylland, acabam por encontrar no Mafra um espaço de crescimento. Acaba por trazer para o Mafra jovens de muita qualidade e, por isso, eu acho que as vantagens são mais do que as desvantagens. O que eu diria que acaba por se traduzir um bocadinho em alguns constrangimentos é, de facto, a questão de haver uma aposta muito vincada em jovens. Este ano o Mafra tem uma aposta declarada em jovens de 2004 e 2005. Na II Liga acaba por ser um constrangimento. É bastante difícil quando acabamos por ter que potenciar tantos jovens ao mesmo tempo, mas é desafiador também.

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Essa ausência de elementos mais experientes pode ter ajudado na saída do Mafra?

Sim, pode ter pesado. Nós não vamos conseguir dizer, neste momento, se essa é de facto a principal razão. Esta II Liga acaba por ser uma Liga vincadamente com um perfil de jogador diferente daquele que o Mafra tem. O clube tem uma média de idade do plantel de 23 anos. Se olharmos para aquilo que é, por exemplo, um Tondela, um Leixões, as equipas que estão no topo da classificação, têm um perfil de plantel e de jogador diferente deste do Mafra. Foi planificado, foi assim pensado pelas pessoas que comandam a estrutura do Mafra que esta era a visão para este ano. Ou seja, era uma aposta vincada em termos de atletas nascidos nos anos 2004 e 2005. Há uma visão que é potenciar jovens para que possam chegar ao patamar seguinte. Claramente que para nós, enquanto treinadores, seria mais confortável se tivéssemos tido alguns elementos que conhecessem a realidade.

Não é só a questão de serem mais velhos ou mais novos porque os jovens do Mafra têm qualidade. Muitas das vezes, para além da questão da idade, tem a ver com o facto de conhecerem o contexto onde estão neste momento a jogar. Um jogador que vem do contexto africano vai precisar de algum tempo de adaptação, se vierem quatro ou cinco este contexto do Mafra acaba por ser um bocadinho não tão facilitador para que eles se adaptem de uma forma mais rápida. É preciso que se dê tempo para que estes jovens se possam tornar mais maduros do ponto de vista competitivo.

Não é só a questão da idade, é também o conhecimento do contexto que, de facto, não têm e também de adaptação a novas questões a nível do treino, das metodologias, que é tudo novo para jovens que acabam por viver contextos completamente diferentes daquele que é o contexto da Europa e da II Liga Teria facilitado a integração destes jovens se houvesse no plantel alguns atletas com maior maturidade competitiva.

E o que lhe foi pedido pela SAD? O plantel que tinha em mãos tinha uma idade média abaixo dos 23 anos...

Foi-nos pedido isso mesmo. Que potenciássemos estes jovens para poderem estar, a curto prazo, num nível competitivo superior, ou dentro do Mafra, a médio/longo prazo, numa I Liga. O objetivo era preparar aqui um conjunto de jovens, ajudá-los a maturar para estarem preparados para um contexto competitivo de nível superior. E eu sinto-me bastante satisfeito pelo trabalho que fizemos porque acabámos por propiciar a estreia de vários jovens em contextos profissionais na Europa, nesta II Liga. Alguns deles estão a ter sucesso e muitos deles de 2004 e 2005. Deixa-me satisfeito que, num espaço tão curto tempo, tenhamos atingido esse objetivo de poder integrá-los e fazer com que eles possam estar a médio prazo mais preparados, no mínimo, para este nível de II Liga. E não tenho dúvidas de que, ainda durante esta época, eles vão crescer. A tendência será obviamente crescer.

O mais difícil já foi feito, que foi adaptá-los a este contexto de II Liga e, para além disso, a novas metodologias, a novas formas de se alimentarem, de descansarem, de olharem para a profissão de uma forma completamente diferente à que estavam habituados. Acho que temos que nos sentir, de facto, muito satisfeitos pelo trabalho que desenvolvemos no Mafra.

A questão das nacionalidades é sempre um constrangimento. A grande maioria não falava português

A grande diversidade de nacionalidades no plantel causou-lhe algum constrangimento?

Aqueles jogadores que vêm do contexto da Dinamarca e do Midtjylland, onde se inserem alguns dos jogadores africanos, estavam, obviamente, mais adaptados àquilo que são as metodologias na Europa. Há também a questão tática, que é muito diferente em Portugal da Dinamarca. Creio que tínhamos 12 ou 13 nacionalidades. A questão das nacionalidades é sempre um constrangimento. A grande maioria não falava português. Havia também aqui essa barreira de comunicação que não se traduzia para nós, em termos de equipa técnica, porque falamos outras línguas. Mas em termos da adaptação deles ao país também requer algum tempo.

Alguns dos atletas do Mafra vieram do contexto africano e eu conheço bem essa realidade. Eventualmente, também foi por esse motivo que eu acabo por entrar em Mafra, porque tenho experiência do contexto africano e conheço muito bem o jogador africano. Eles requerem algum tempo para, do ponto de vista tático, adquirirem e conhecerem e estarem em contacto com alguns conteúdos de treino e de jogo que lhes permitam perceber o jogo de outra forma e que os tornem mais capazes para este nível de competição em Portugal. Mas não tenho dúvidas de que, a curto e médio prazo, eles estão preparados. Sei que estes atletas estão hoje muito mais capazes do que estavam em junho, quando chegaram.

Duas vitórias e dez jogos depois, deixou o Mafra. O que esteve na origem da sua saída?

Acho que tem a ver com os resultados, e acaba por ser um bocadinho assim em Portugal. Embora neste caso e neste projeto a nossa frustração tenha a ver com isso. O nosso compromisso era total e estávamos plenamente alinhados com aquilo que é a visão e os objetivos do projeto. Sabíamos que este contexto que encontrámos era desafiador, mas muito difícil. A parte difícil estava feita, que foi a de adaptar todos estes jovens a um contexto competitivo e a um país que é diferente daqueles onde eles estavam habituados a trabalhar e a viver. É verdade que ficámos a dever a nós mesmos alguns pontos. Creio que a curto prazo os resultados que o Mafra deseja não serão diferentes daquilo que nós fomos fazendo. A equipa vai necessitar, creio eu, de se reforçar no próximo mercado. Mas em todo caso eles hoje estão muito mais capazes. Esse é o nosso grande resultado, termos conseguido potenciar alguns jovens que hoje já são claramente jogadores que estão adaptados à II Liga e muitos deles até já referenciados, tenho a certeza absoluta, por clubes de patamar superior.

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Sentiu que o seu trabalho foi interrompido de forma abrupta quando nem a meio da época se ia?

Eu acho que sim. Para o campeonato fizemos oito jogos e acho que é manifestamente pouco para um treinador poder desenvolver o trabalho num contexto difícil, como disse pelas infraestruturas que o Mafra tinha no momento, mas também por a grande maioria destes jovens ter chegado ao plantel esta época. Não tenho presente quantos jogadores entraram nesta época mas seguramente uns 20 atletas.

Fazer uma equipa completamente nova em oito jogos e com tantos jovens e com um défice de infraestruturas...  Creio que foi interrompido de uma forma muito prematura porque a equipa estava a crescer em termos de qualidade de jogo. Sabíamos que a médio prazo irá ter outro tipo de resultado porque o processo estava introduzido, estava feito. O mais difícil foi feito e acreditávamos que a equipa ia dar uma resposta também ao nível daquilo que eram os resultados durante a competição.

A derrota na Taça de Portugal agravou a situação?

Não, não. Inclusive nós tivemos outro jogo a seguir com o FC Porto B. Os últimos dois jogos perdemos com um penálti nos últimos minutos. Tínhamos, aliás, tido algumas reuniões internamente e para mim foi uma surpresa a saída. Mesmo tendo perdido esses últimos dois jogos, para mim foi uma surpresa porque tivemos sempre alinhados com aquilo que era o propósito da administração do Mafra para esta temporada.

O feedback que tínhamos das pessoas também era esse e, por isso, para mim foi uma surpresa termos chegado a este desfecho. Volto a dizer, acho que ficámos a dever a nós mesmos algum um ou outro ponto, uma ou outra vitória, mas não esperava este desfecho. Acho que foi um desfecho muito prematuro e não esperava de todo, a verdade é essa.

A II Liga é, com certeza, mais rica do que o contexto em que estive anteriormente, embora fosse a primeira Liga na grande maioria deles

Angola, Etiópia, Quénia e Índia. As experiências nestes países trouxeram-lhe algumas aprendizagens?

Trouxeram muitas, nomeadamente para conseguir lidar com este tipo de constrangimento que também acabo por encontrar em Portugal. Estes constrangimentos que encontrámos em termos das infraestruturas do Mafra... Posso dizer que no contexto em que estive a trabalhar anterior ao Mafra, tinha melhores condições de infraestruturas. Mas no contexto africano acabei por encontrar essas deficiências e isso também acabou por me ajudar a adaptar, neste momento, àquilo que foi o desafio do Mafra.

Portanto, o contexto de trabalhar noutras culturas, com diferentes religiões, com jogadores que têm um contexto e um conhecimento tático diferente, a forma como a religião também influencia o desporto... Tudo isso foram constrangimentos que fui encontrando ao longo da minha carreira que me ajudaram a estar mais preparado, inclusivamente, para este contexto de Mafra, que foi aquele que tive mais rico em termos profissionais.

A II Liga é, com certeza, mais rica do que o contexto em que estive anteriormente, embora fosse a primeira Liga na grande maioria deles. Mas foi de facto muito importante. Para além disso, permitiu-me também, e porque fui crescendo nesse contexto, trabalhar em clubes que tinham uma ideia de jogo dominadora, permitiu-me ganhar títulos e trabalhar em clubes com milhões de adeptos. Isso acaba por ser também muito enriquecedor e acaba por nos fazer crescer e estar preparados para trabalhar num nível mais alto, obviamente.

Arrepende-se de ter rompido o contrato que tinha na Índia para ter regressado a Portugal, visto que agora se encontra sem clube?

Não, não estou. Como disse, estou muito orgulhoso de ter treinado o Mafra. Tomei essa decisão [de deixar a Índia] com convicção de que estava na altura de dar este passo no meu país. Eu já tinha estado na II Liga como diretor desportivo em 2016, quando iniciámos o projeto de desenvolvimento da SAD do Famalicão, e também tinha estado como adjunto do Nacional da Madeira. Já conhecia este contexto de II Liga, faltava-me estar como treinador principal, foi para isso que me preparei, para estar no contexto de liga profissional em Portugal. Cheguei a ele e espero também no futuro voltar a ter essa oportunidade porque creio que ficou alguma coisa por fazer.

O que está a fazer neste momento em que se encontra sem clube? Chegaram ofertas?

Sim, vão aparecendo algumas possibilidades. Quando elas surgem, aproveito para perceber se, de facto, são possibilidades que me façam crescer em termos de carreira. Mas vou também vendo equipas de treinadores com quais me identifico na ideia de jogo, vou fazendo formação. Em termos de equipa técnica também vamos aprimorando o nosso processo, aproveitando esta paragem também para fazer uma reflexão daquilo que foi a nossa passagem por Mafra. É dentro disto que vou ocupando os meus dias nestes últimos tempos.

No próximo projeto, prefere ser novamente treinador ou está disposto a ter um cargo numa estrutura de futebol?

Creio que foi muito importante para mim ter desempenhado a função de treinador adjunto, foi muito importante para mim ter sido diretor desportivo para poder perceber o lado da gestão. É algo que me ajuda na relação que tenho hoje como treinador principal com os meus diretores desportivos e com os meus presidentes. Foi muito importante ter estado nessa função, mas, neste momento, aquilo que quero é continuar a minha carreira como técnico principal, foi isso que fiz praticamente sempre.

Todas as funções que fiz no passado, além da de coordenação técnica que fiz no início de carreira, foram importantes, mas quero consolidar o meu trajeto como treinador principal. Falta-me a concretizar alguns objetivos. Já ganhei uma Supertaça, já ganhei uma Taça, já fui vice-campeão três vezes, creio. Falta-me ser campeão como treinador principal e quero juntar isso ao meu currículo. Sou muito ambicioso e quero muito atingir isso.

A prioridade seria ficar por Portugal, mas o mercado português é muito pequeno e nós somos muitos

Tem como prioridade continuar em Portugal ou pode voltar de novo ao estrangeiro?

A prioridade seria ficar por Portugal, mas o mercado português é muito pequeno e nós somos muitos. Por isso, não posso descartar a possibilidade de regressar ao estrangeiro, mas darei prioridade, obviamente, a ficar em Portugal e num contexto que me permita continuar este crescimento em termos de carreira. Sinto que ficou algo por fazer nesta passagem por Mafra. A grande prioridade é ficar por cá.

E tem como objetivo voltar ao ativo ainda em 2024/25 ou prefere esperar por um projeto que comece no próximo verão?

A experiência foi-me dizendo que não consigo fazer um plano de carreira. Eu tive essa experiência em termos académicos quando fiz licenciatura e mestrado em treino desportivo. Algo que nos foram ensinando era fazer um plano de carreira. Do ponto de vista académico fazia sentido, mas a prática veio-me mostrar que é muito difícil fazer um plano de carreira. Sei qual é a prioridade, obviamente, o que é que quero, mas pode surgir alguma coisa no imediato que faça sentido para a minha carreira. Se não surgir, obviamente que só voltarei no próximo ano. Mas não sou muito de estar por casa, gostaria ainda de retomar durante esta época. Espero que em breve volte a treinar.

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