"Espero que as pessoas não fiquem à espera deste resultado para continuar a desenvolver o futebol feminino. Queremos muito estar lá, não estou a sacudir a pressão, e vamos fazer tudo para o conseguir. No entanto, o crescimento do futebol feminino é imparável e não pode depender de um só jogo", afirmou Francisco Neto.
O técnico luso falava na conferência de imprensa de lançamento da partida com a República Checa, em Teplice, marcada para terça-feira, relativa à segunda mão do último play-off de qualificação para o Europeu, após o empate a uma bola (1-1) registado na sexta-feira, no estádio do Dragão, no Porto.
"Sabemos e assumimos a responsabilidade de estar nas fases finais, mas não é justo depositar todo o desenvolvimento num único jogo, e nestas 25 jogadoras. Elas têm noção da responsabilidade de estar num Campeonato da Europa", reforçou o selecionador.
O treino de hoje das 'navegadoras', que durou uma hora na AGC Arena, em Teplice, decorreu sob baixa temperatura, entre os um e os dois graus, e sensivelmente à hora da partida de terça-feira, com as 25 jogadoras disponíveis.
"O frio, a chuva e o relvado são fatores que não controlamos. Temos de ter capacidade de adaptação, perceber como a bola circula e ajustarmo-nos. É diferente estar num relvado rápido. Se estiver mais lento, a bola circula mais devagar, o que significa que a pressão chegará mais cedo e teremos de nos posicionar de maneira diferente. Essa é a parte que depende de nós", vincou.
Sobre o adversário, Francisco Neto reconheceu que espera um encontro equilibrado, e que vai exigir que os índices de concentração estejam no nível máximo, mostrando-se satisfeito com a forma física das jogadoras portuguesas.
"As expectativas são de um jogo muito disputado, mais intenso, que nos obrigará a aumentar os níveis de concentração. O 'onze' será transmitido às jogadoras mais logo. As 25 que viajaram estão aptas. Pelo domínio e desgaste [na primeira mão], conseguimos gerir e recuperar. A estratégia e o que temos planeado serão transmitidos mais logo. Quem irá iniciar a partida estará fresca e com vontade", garantiu.
Por seu turno, a capitã Dolores Silva também falou aos jornalistas na véspera do República Checa-Portugal, realçando que as portuguesas estão habituadas a jogar com pressão e responsabilidade.
"A expectativa é sempre a mesma, embora saibamos que é um jogo que garante a qualificação para o Euro. Temos a responsabilidade e estamos focadas em trabalhar e corrigir o que não correu tão bem no último jogo. Queremos fazer um grande jogo por Portugal", afirmou a centrocampista do Sporting de Braga.
E acrescentou: "Trazemos sempre o que fizemos de bom e o que temos de corrigir. Estamos a jogar fora, num jogo decisivo, com uma temperatura a que não estamos habituadas. Temos de querer mais do que elas. A seleção está habituada a jogar com esta pressão e responsabilidade. Queremos fazer história por Portugal. É fundamental estarmos focadas ao máximo, procurar criar e jogar como Portugal: corajosas, sem medo de nada nem de ninguém".
Dolores Silva comentou ainda o recorde de público numa partida de futebol feminino em Portugal que foi alcançado no Dragão (40.189 espetadores), salientando que tal proporcionou "uma sensação única" e que espera que se torne habitual.
"Espero, acima de tudo, que as minhas colegas desfrutem do momento, joguem da melhor maneira possível e consigamos o apuramento", rematou a futebolista.
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