Campeão não voltou… mas com Rui já espreita. As notas do Sporting-Benfica

Primeira parte 'de gala' bastou para os leões derrotarem os eternos rivais e fecharem o ano na liderança.

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Carlos Pereira Fernandes
30/12/2024 08:00 ‧ há 1 semanas por Carlos Pereira Fernandes

Desporto

Análise

O Sporting deu o ano civil de 2024 por terminado na liderança (partilhada, com o FC Porto, claro está) da I Liga, graças ao triunfo alcançado na receção ao Benfica, por 1-0, no jogo que marcou a estreia de Rui Borges no banco.

 

Os leões assinaram uma primeira parte 'de gala', encostando as águias 'às cordas', com uma produção ofensiva que já não se via desde que Ruben Amorim partiu para o Manchester United e deu lugar a mês e meio de um futebol 'sombrio' durante o curto (mas marcante) 'reinado' de João Pereira.

Com um sistema bem vincado, a formação verde e branca entrou com tudo e somou oportunidades de sobra para se adiantar, ora por Ousmane Diomande, ora por Geovany Quenda, ora por Francisco Trincão, até que, aos 29 minutos, desfez mesmo o nulo.

Viktor Gyokeres fez o que quis de Tomás Araújo e cruzou rasteiro para Geny Catamo, que, totalmente solto, só teve de encostar para voltar a fazer das suas perante o eterno rival, isto depois do 'bis' que valeu uma vitória, no passado mês de abril.

Os encarnados só conseguiram 'assustar' através de um pontapé-livre cobrado por Orkun Kokçu, que mereceu a devida resposta de Franco Israel, pelo que, ao intervalo, Bruno Lage mexeu, lançando Leandro Barreiro para o lugar de um 'atarantado' Florentino Luís.

A equipa reagiu bem a esta mudança, e, daí em diante, subiu linhas, instalando-se no último terço do terreno e chegando mesmo a ameaçar o empate, que, no entanto, acabou por nunca surgir, pelo que o marcador não sofreu qualquer outra alteração.

Feitas as contas, com este triunfo, o Sporting passa a somar 40 pontos ao cabo de 16 jornadas, pelo que ascende à liderança da I Liga, em igualdade com o FC Porto, que, na véspera, goleou o Boavista, por 4-0. Já o Benfica, é terceiro classificado, a dois pontos da dupla da frente.

Figura

Rui Borges recolocou Geny Catamo no seu 'habitat natural', e a resposta não podia ser melhor. A atuar a partir da ala direita do ataque, o internacional moçambicano foi uma constante 'dor de cabeça' para Álvaro Carreras, que pouco ou nunca usou subir no terreno, para evitar ter de correr atrás do prejuízo. A isto, há uma aparente apetência natural para marcar ao Benfica, como ficou à vista, uma vez mais.

Surpresa

Adaptado à ala direita da defesa, Eduardo Quaresma cumpriu com brilhantismo. Travar Kerem Akturkoglu nunca é fácil, mas o internacional sub-21 português esteve à altura das expetativas, e ainda assumiu um papel preponderante na hora de ajudar o Sporting a contornar a pressão, ora em posse, ora com algumas boas combinações com Geny Catamo.

Desilusão

Tomás Araújo não aprendeu com os erros cometidos em Nicolás Otamendi, em dérbis anteriores. Bem pelo contrário. Encarregue de fazer frente a Viktor Gyokeres, o internacional português deixou-se ultrapassar uma e outra vez, como no lance que culminou no golo de Geny Catamo, ainda que, com bola, tenha colocado em prática as virtudes que lhe são reconhecidas.

Treinadores

Rui Borges: Assente num 'revolucionário' 4x4x2, o Sporting assinou, de longe, aquela que foi a melhor exibição desde a saída de Ruben Amorim para o Manchester United. Com uma pressão 'sufocante' e uma intensidade avassaladora, os campeões nacionais fizeram jus ao título e nunca deram a mínima hipótese de resposta a um Benfica totalmente 'atarantado'.

Bruno Lage: O Benfica foi totalmente apanhado de surpresa pela postura adotada pelo Sporting, e nunca foi capaz de responder à altura. 'Engolidas' no meio-campo, ás águias, que apostaram em Zeki Amdouni em busca da mobilidade, limitaram-se a 'bombear' bolas para o ataque. O 'sufoco' era tal que Ángel di María teve, em mais de uma ocasião, de recuar até à própria grande área para procurar contorná-la.

Árbitro

É verdade que Fábio Veríssimo não cometeu erros de palmatória, neste 'escaldante' dérbi lisboeta, mas também o é que nunca se percebeu, ao certo, que tipo de critério pretendia impor, ora assinalando 'faltas e faltinhas', ora perdoando cartões amarelos claros, como por exemplo, a Ángel di María, aquando pontapé a Matheus Reis, logo à passagem do 15.º minuto.

Leia Também: Geny Catamo voltou a 'ferir' Benfica e o 'vulcão' de Alvalade 'explodiu'

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