Apesar da maior folga em relação aos lugares de despromoção, cimentada pela série de cinco jogos sem perder, iniciada o ano transato, o técnico rejeita que sejam tempos de tranquilidade em Arouca, chamando para si a responsabilidade de prolongar as últimas exibições.
"Gostamos dessa pressão positiva, de querermos jogar para ganhar, de nos desafiarmos a isso. Temos dado sempre sinais de crescimento, de crença, de união, de ligação uns com os outros e também de qualidade de jogo quando temos condições para o fazer. Quando tivemos de serrar os dentes, fechar-nos e ajudar-nos enquanto equipa, corrermos uns pelos outros, também o fizemos", sublinhou, na conferência de imprensa de antevisão à partida de segunda-feira.
Para o treinador, o aspeto mental tem sido determinante, depois de o plantel ter conseguido contornar fases mais conturbadas ao nível dos resultados, em que chegaram inclusivamente a assumir por várias rondas o estatuto de lanterna-vermelha.
"Não há muito espaço para ficarmos agarrados às feridas que nos aparecem. A gente tem de 'lamber as feridas' e seguir. E, portanto, aquilo que também fomos sentindo com os jogadores é que precisávamos de, dentro do jogo e das suas incidências, conseguir dar sequência àquilo que conseguimos cumprir e manter o foco na tarefa. Do ponto de vista emocional, focamo-nos em obter essa segurança", explicou.
Quanto ao próximo adversário, Vasco Seabra lembrou que os vila-condenses serão "difíceis" e desvalorizou o facto de trazerem um menor período de descanso, por terem entrado em campo na quinta-feira, para a Taça de Portugal, frente ao São João de Ver (vitória por 2-1).
"É uma equipa que, nos últimos sete jogos, só perdeu com o campeão nacional [Sporting]. Acredito que terem menos descanso não terá tanto impacto porque, do jogo com o São João de Ver para o nosso, tiveram mais um dia de recuperação do que tinham tido no anterior. Ganhar as eliminatórias da Taça de Portugal cria sempre um estímulo positivo. Por siso, acredito que o Rio Ave está motivado e vai acabar por chegar fresco ao jogo", previu.
Do coletivo do Rio Ave, Clayton merece destaque, numa altura em que o avançado leva a marca notável de 15 golos na temporada, que já é o seu melhor registo da carreira.
"O Clayton está num momento fantástico. Contrariamente àquilo que, por vezes, dizemos, dá-nos gozo jogar contra os melhores para valorizarmos os nossos jogadores e ficarmos mais fortes a cada semana que passa. O Rio Ave joga muitas das vezes na profundidade do Clayton, também é um jogador que sabe deixar os colegas de frente para o jogo. Vai exigir que o nosso bloco defensivo consiga lidar com um ponta de lança que é uma referência e individualmente capaz", destacou.
Nino Galovic, a recuperar de lesão prolongada, e Boris Popovic, a cumprir suspensão por expulsão na passada jornada, são as únicas ausências confirmadas na convocatória arouquense.
O Arouca, 13.º classificado da I Liga, com 22 pontos, recebe, a partir das 20:15 de segunda-feira, o Rio Ave, 10.º, com 24, em encontro de encerramento da jornada 21, sob arbitragem de Iancu Vasilica, da associação de Vila Real.