O Benfica carimbou o apuramento para os 'oitavos' da Liga dos Campeões, esta terça-feira, ao empatar frente ao AS Monaco (3-3, agregado de 4-3), num jogo absolutamente 'louco' no Estádio da Luz, que exigiu espírito de reação ao conjunto de Bruno Lage.
Apoiados na vantagem alcançada na primeira mão do playoff (0-1), os encarnados até dilataram essa superioridade na eliminatória com o golo inaugural de Kerem Akturkoglu (22'), que quebrou um longo jejum sem 'faturar', mas não evitaram a reviravolta monegasca.
Takumi Minamino assinou o tento do empate da Luz, aos 32 minutos, seguindo-se a 'cambalhota' impulsionada por Ben Seghir (51') já na segunda parte, sendo que, pelo meio, a Luz já havia reagido com assobios, ao intervalo, face ao primeiro tempo algo pobre das águias.
Foi preciso esperar pelo último quarto de hora para que o carrossel da Luz redobrasse a dose de 'loucura', com quatro golos em oito minutos a gerar emoções intensas. Vangelis Pavlidis empatou na conversão de uma grande penalidade (76'), George Ilenikhena voltou a 'forçar um cenário de prolongamento (81') e só depois apareceu Orkun Kokçu, a fazer o 3-3, aos 84 minutos, para recolocar as águias em rota de apuramento.
A verdade é que, com muito sofrimento à mistura, o Benfica segue agora para os 'oitavos' da Champions, onde encontrará Liverpool ou Barcelona.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Orkun Kokçu assumiu o papel de maior destaque no encontro, não só pelo golo que confirmou o apuramento do Benfica, como pela grande exibição no miolo encarnado. O médio turco foi uma das unidades mais importantes nas transições e despediu-se com o decisivo 3-3, apontado aos 84 minutos, saindo depois com queixas físicas perto do apito final.
Surpresa
Zeki Amdouni foi lançado por Bruno Lage aos 58 minutos, a par de Samuel Dahl, naquelas que até foram duas apostas ganhas por Bruno Lage. No caso do avançado suíço, a insistência no lance que culminou no golo de Kokçu acabou por ser o momento de maior destaque, tendo apenas 'pecado' no cartão amarelo que viu aos 71 minutos após uma entrada algo dura.
Desilusão
Anatoliy Trubin não teve uma noite propriamente feliz. Embora a posição de guarda-redes seja, por muitas vezes, ingrata, a verdade é que o internacional ucraniano cedeu nos três golos sofridos, com especial destaque para o último, num remate praticamente à figura. Ainda assim, há que realçar uma importante defesa, nos primeiros minutos, que impediu que fosse o AS Monaco a abrir o ativo na Luz.
Treinadores
Bruno Lage operou várias mexidas, da defesa ao ataque, surpreendendo com o lançamento de Fredrik Aursnes para o onze, em função das dúvidas criadas em torno da sua recuperação. No que toca ao jogo, a exibição esteve (muito) longe de ser brilhante, mas o espírito de reação às adversidades, misturado com as alterações a partir do banco, foram a palavra de ordem do apuramento milionário.
Adi Hutter 'fintou' as duas derrotas caseiras sofridas frente ao Benfica, mas o empate na Luz não foi suficiente para alcançar o objetivo, naquela que foi uma demonstração de que a equipa da Ligue 1 nunca deu a eliminatória como perdida. O AS Monaco colocou-se em posição de 'forçar' o prolongamento por duas ocasiões, mas 'esbarrou' na resposta assertiva do seu adversário.
Árbitro
Glenn Nyberg deparou-se com um jogo com várias incidências, mas acabou por decidir praticamente sempre bem, sobretudo com o auxílio do videoárbitro. O juiz sueco foi chamado a rever dois lances de grande penalidade (um em que resolveu assinalar o castigo máximo a favor das águias e o outro em que reverteu a decisão inicial de assinalar penálti) e acertou na hora de decidir.
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