Em conferência de imprensa, dato pela lista A às eleições marcadas para 01 de março alertou para "números preocupantes" na vertente financeira e considerou que o rumo atual pode levar os associados a confrontarem-se com "o risco de venda da maioria do capital da SAD", detida pelo clube vimaranense (67,87% das ações).
"Os associados não gostariam de ser confrontados com um 'encostar à parede'. Se continuarmos com estes dirigentes, corremos o risco de vender a maioria do capital da SAD a um investidor qualquer ou a SAD não tem viabilidade financeira. Se assim for, diremos adeus a 102 anos de Vitória como o conhecemos (...) Ganhando as eleições, faremos uma auditoria a sério", prometeu.
Para ilustrar as críticas à gestão financeira da direção presidida por António Miguel Cardoso, candidato da lista B, Luís Cirilo Carvalho recordou a aquisição do internacional angolano Beni Mukendi ao Casa Pia, consumada por três milhões de euros, em 03 de fevereiro, e relacionou-a com um empréstimo financeiro de uma "sociedade" ligada à SDUQ dos 'gansos', detida pelo norte-americano Robert Platek.
"Não é normal que o Vitória contraia empréstimos junto de sociedades que lhe vendem jogadores. A sociedade que tem a maior parte do Casa Pia emprestou dinheiro ao Vitória com 11% de juros. Não é normal o Vitória pagar três milhões de euros para contratar um jogador de valor desconhecido, para uma posição que não necessita", frisou.
Vice-presidente do clube em 2012 e 'vice' da mesa da assembleia geral entre 1995 e 1998, o principal 'rosto' da candidatura "Por um Vitória maior" alegou também que o seu programa eleitoral para a área financeira não "está completo" devido à indisponibilidade da direção em funções para facultar documentos e prestar explicações.
Luís Cirilo Carvalho acusou mesmo o presidente em exercício, António Miguel Cardoso, de ter dito que "o período eleitoral provocava instabilidade" e de "comportamento adolescente", pelo facto de os resultados financeiros do primeiro semestre de 2024/25 terem sido hoje publicados à mesma hora da conferência de imprensa, sem qualquer notificação formal para a sua candidatura.
"A falta de respeito continua. Fiquei com a sensação de que o António Miguel Cardoso confunde as eleições do Vitória com as eleições para uma associação de estudantes. Instamos a lista B a deixar-se de comportamentos adolescentes, a comparecer aos debates. Não se escondam, vão fazer a campanha eleitoral", disse.
Além da prometida auditoria, a candidata à vice-presidência para a área financeira, Cristina Cepa, prometeu que pelo menos 10% do valor líquido de cada transferência vai ser destinado ao abate de um passivo consolidado que, em 30 de junho de 2024, era de 72 ME.
Quanto ao futebol, a candidatura de Luís Cirilo Carvalho promete contratar um diretor desportivo para o futebol, "familiarizado com a cultura do clube", conduzir a equipa B à II Liga, a equipa feminina ao campeonato principal e ponderar o regresso da equipa sub-23, extinta pela direção em funções após a época 2021/22.
O candidato da lista A quer igualmente definir um local para a nova academia de futebol, um projeto que "tem estado encalhado" nos últimos três anos, "iniciar as diligências" para um museu do clube, aumentar a cobertura das bancadas do Estádio D. Afonso Henriques e concluir as obras do miniestádio na academia existente.
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