A morte de Miklós Fehér foi sentida por todo o futebol nacional, num momento em que não se olhou a clubismos nem cores. Armando Sá, que estava no relvado no jogo fatídico para o húngaro, relatou, em entrevista ao Desporto ao Minuto, como foram vividos os momentos antes, durante e após o acontecimento.
"Foi um momento difícil para todos. Não é fácil perder um colega, uma pessoa que todos os dias vês, então uma perda destas acaba por afetar todo o mundo…". começou por recordar o então lateral-direito das águias, a propósito da fatídica vitória do Benfica sobre o Vitória SC, por 0-1, a 25 de janeiro de 2004.
"Infelizmente estava no campo e foi mesmo à minha frente, no lado direito, foi tudo muito rápido… Pensávamos até que era uma situação para perder tempo, ele entra a meio da segunda parte e, depois, assiste o Fernando Aguiar para o golo, aos 90 minutos. Faltavam não mais do que dois minutos de jogo quando aquilo acontece", continuou.
"No momento, não nos passou pela cabeça uma coisa dessas. Depois, tentaram reanimá-lo ali, no momento, mas também não foi fácil, estava a chover e era quase impossível pôr os equipamentos de reanimação ali no campo… Levou-se para o hospital, mas mesmo assim… Nós não queríamos acreditar", relatou o antigo internacional moçambicano.
Homenagem a Miklós Fehér no jogo após a sua morte© Reprodução/Instagram Armando Sá
"Até poderia ter sido qualquer coisa, mas não queríamos acreditar que era uma coisa mesmo… uma tragédia. Foi um momento complicado, onde o grupo sentiu muitas dificuldades em entrar no balneário e ver que faltava ali uma peça… um jovem sorridente, alegre… um colega e um amigo. Mas tínhamos de dignificar o nome dele e penso que conseguimos vencer a Taça de Portugal também graças à força que nós púnhamos no Miki [Fehér]", concluiu.
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