Claques: Divisões que se cruzam num ponto comum, o Benfica

Em dia de dérbi, o Desporto ao Minuto foi tentar perceber como funciona a 'alma' do futebol. Muitos anos depois de as claques terem sido obrigadas a legalizar-se, FC Porto e Sporting consideram uma alteração positiva, embora condenem o Benfica. Já os fervorosos aficionados do V. Guimarães continuam a sentir o clube com a mesma emoção.

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Paulo Rocha e Ruben Valente
05/03/2016 11:00 ‧ 05/03/2016 por Paulo Rocha e Ruben Valente

Desporto

Reportagem

Criado para ser a alegria do povo, o futebol também tem momentos sombrios. A violência é a mancha negra de um desporto que tem tudo para ser rei. E se o futebol é jogado dentro das quatro linhas, é nas bancadas que muitas vezes se vivem as emoções mais impróprias para cardíacos.

Estas tornam-se num rastilho para o florescimento de incidentes que deixam o futebol de luto. As claques acabam por ser o ‘bode expiatório’, mas Fernando Madureira e Luís Barroso contrariam este ponto de vista ao falarem do processo de legalização a que as claques foram obrigadas a submeterem-se. Já André Geraldes, Oficial de Ligação aos Adeptos do Sporting, considera que as mudanças foram boas para todas as partes. Contactados pelo Desporto ao Minuto, elementos da claque e da direção do Benfica recusaram responder às nossas questões.

“As claques fazem muito mais coisas boas do que coisas más”, atirou o líder dos Super Dragões, afamada claque portista. “Se pusermos numa balança os prós e os contras, as claques são mais benéficas do que aquilo que fazem mal”.

“Se compararmos Portugal com o resto dos países do mundo, a violência quase que não existe. Temos casos pontuais em que isso existe, mas dada a mediatização da comunicação social, de uma coisa de nada é feita uma ‘montanha’”, atirou depois.

Já Barroso, membro directivo dos White Angels, emblemática claque do V. Guimarães, olha para, por exemplo, a faixa que afirmava “Guimarães quer o Sporting campeão”, como um ato normal. “Acho que prejudica mais algumas pessoas não serem do Vitória. Se essas pessoas que são de Guimarães apoiassem o Vitória, de certeza que ninguém ia queimar nada nem estragar nada. Só íamos apoiar”.

“Quem não está numa claque, ou quem não sabe o que é uma claque a sério, vai pensar que nós somos uns delinquentes, uns drogados, pessoas que só querem roubar... Mas sabem que as claques são importantes nos estádios e que não são assim”, acrescentou o adepto dos minhotos.

Legalização das claques? Benfica é o principal alvo de Sporting e FC Porto

Foi precisamente para evitar situações destas, que pintam o futebol de negro, que a legalização das claques avançou e representantes de duas das mais influentes falanges do futebol luso defendem posições diferentes.

Sinto que há um tratamento desigual, não só a nível futebolístico, mas também judicial e policial, em relação ao Benfica. Neste momento, as claques do Benfica não estão legalizadas e existe uma lei em que há sanções para os clubes que não têm as claques legalizadas”, atirou Madureira, insistindo que “há uma descriminação, o benefício de um clube em detrimento dos outros”.

André Geraldes estranha que os processos de investigação levantados às claques do Benfica não tenham consequências para o clube. “Todos sabemos que existiram processos, até relativamente ao nosso rival, e seria importante encontrar respostas nesse sentido”, defende.

Já Barroso não encontra grandes alterações após o processo de legalização dos White Angels: “Manteve-se tudo igual. Eu sou membro da claque desde a fundação e sempre fui contra a legalização. Nós sentimos apenas que era importante a legalização porque pudemos levar o nosso material para fora do nosso estádio”.

Madureira voltou a atacar e pediu igualdade no cumprimento da lei. “Como sabemos o Benfica é um clube que é beneficiado a todos os níveis e, mais uma vez, isso está comprovado aqui. Imagine se fosse ao contrário, se todas as claques estivessem legalizadas e só a do FC Porto é que não o estivesse e fosse apoiada na mesma. Queriam tirar-nos os títulos todos nacionais e internacionais e pediam a prisão do presidente Pinto da Costa”, argumentou o líder dos Super Dragões.

“Existe uma legislação que está a ser cumprida por alguns clubes e outros não as cumprem. Obviamente [que esses clubes deviam ser castigados], não só nos tribunais civis mas também desportivamente. Estamos a falar de um clube que tem milhares de adeptos e sócios e que não cumpre a lei, nomeadamente o Benfica”, atirou.

O projecto de legalização das claques em Portugal avançou em 2007 e, passados nove anos, ainda há claques com a sua situação por regularizar. Muitos clubes optaram por retirar o apoio a estes grupos organizados.

Veja a segunda parte do trabalho aqui. Perceba o trabalho desenvolvido pela polícia nos jogos entre candidatos ao título.

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8Casa Pia3041
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