Brilhou na Future Cup com as luvas do Arsenal. Das suas mãos nasceu um triunfo que desenhou o caminho para chegar a um troféu. Na final, frente ao Anderlecht, João Virgínia defendeu três grandes penalidades, isto depois de ter parado duas bolas da marca de 11 metros na meia-final frente ao Barcelona.
Em conversa com o Desporto ao Minuto, o jovem jogador de apenas 16 anos lembra que, apesar do maior destaque dado aos avançados, “muitas vezes é o guarda-redes que resolve os jogos”. Fique com as resposta do jovem luso.
Porquê a decisão de abandonar o Benfica tão cedo, onde 'nasceste' para o futebol?
Durante o meu percurso no Benfica evoluí muito. Os meus treinadores, em especial os de guarda-redes, tiveram um papel importante na minha evolução e no que sou hoje. O Arsenal apresentou-me o melhor projeto para continuar a minha formação, como jogador e como homem, e acredito que posso chegar longe aqui. Vou sempre recordar esse momento da minha vida, dos meus colegas principalmente.
Como foi sentires-te disputado por Arsenal e Manchester United depois de já teres passado por um grande do futebol português?
Houve interesse de vários clubes, o que é muito gratificante. É sempre bom grandes clubes europeus reconhecerem o nosso talento.
Sentiste uma diferença muito grande no 'salto' para Inglaterra?
No início notei uma diferença na carga física. Em Inglaterra os jogadores são muito fortes fisicamente. Comecei logo a trabalhar muito mais no ginásio. Penso que à medida que crescemos a exigência vai aumentando, cada vez há menos espaço para errar. Eu tenho que ser o mais profissional e trabalhador possível, dentro e fora dos treinos.
Já pensas em qual será o próximo passo na tua carreira?
Eu vejo a minha carreira no Arsenal, chegar à primeira equipa e jogar na Premier League. O meu objetivo é também representar o nosso país num Mundial e num Europeu.
Normalmente, quando somos crianças, queremos todos ser um atacante, marcar e 'brilhar'... Porquê escolheres ser guarda-redes?
A escolha foi minha, apaixonei-me pela baliza. Quando era mais novo, na escola, costumava jogar à frente. Um dia decidi ir para a baliza e a partir daí comecei a gostar muito desta posição. Os meus colegas diziam que era muito bom guarda-redes, por isso decidi inscrever-me num clube. Um guarda-redes também brilha, mas de maneira diferente É uma sensação fantástica defender as bolas que todos pensam que vão dentro. Muitas vezes é o guarda-redes que resolve os jogos, que diz presente quando a equipa mais necessita.
Não sentes que em Portugal terias uma hipótese mais clara para te afirmares numa grande equipa, onde os clubes apostam nos jogadores 'da casa'?
Não concordo, o Arsenal é dos clubes que mais aposta nos jovens, independentemente da sua origem e idade. São inúmeros os exemplos e eu sinto que tenho uma boa oportunidade aqui.
Quem são as figuras que te inspiraram?
Petr Cech e Buffon. Felizmente tenho o prazer de trabalhar com um.
E como te defines enquanto guarda-redes?
Um guarda-redes seguro, com reflexos rápidos, bom entre e fora dos postes, que joga bem com os dois pés e que gosta de ajudar a sua equipa no ataque.
Quando se defendem três grandes penalidades com que sentimento se regressa a casa, sabendo, ainda para mais, que acabaste de conquistar um título?
Sinto uma alegria enorme. Saber que ajudei a minha equipa é um orgulho.