Manuel Cajuda chegou, esta temporada, ao comando técnico do clube chinês Sichuan Annapurna. Já com três jogos disputados na China League Two, a equipa do treinador português soma três vitórias. O caminho a trilhar ainda é longo, mas o objetivo é claro: chegar à Super Liga Chinesa.
"Quero destacar o trabalho dos jogadores e dos colaboradores. Estou a liderar um projeto muito interessante, de um clube que tem três anos, que tem uma aposta de chegar à Super Liga Chinesa o mais rápido possível", começou por dizer, em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto.
"O presidente conhecia a minha história no Sporting de Braga e a recuperação que fiz ao serviço do Vitória de Guimarães. Apresentaram-me um projeto bonito, com uma boa ideia e as coisas estão a correr muito bem", argumenta.
A última experiência em Portugal foi na temporada 2012/13, ao serviço do Olhanense, o clube da sua terra, mas já tinha estado pelo estrangeiro, depois de sair de Guimarães, em 2008/09. Sair do país foi uma decisão sua e que se prendeu com uma realidade que já o desagradava.
"Estou fora de Portugal, mas não por estar contra o futebol português, a que estou completamente grato. Decidi não continuar no futebol português até porque já vislumbrava algumas coisas das quais não gostava. E como quem está mal, muda-se…", explica.
"Fui à procura daquilo que o futebol me podia dar e de outras culturas. Para além disso, nessas experiências pude ensinar futebol que é algo que em Portugal não acreditam que se possa fazer. Em Portugal, todos são muito inteligentes e não precisam de aprender mais nada. Não acreditam que pessoas com mais idade possam ter ideias novas", adiantou.
E voltar a Portugal, seria um cenário possível? "Acho que é difícil, mas nunca digo nunca." E para treinar um grande?
"Não vivo de frustrações. Tive momentos em que podia ter treinado um clube grande português a qualquer altura. Uma vez tive um convite do Benfica, mas não era este Benfica, com esta realidade. Não tive interesse em ir. Eu entendi que não era bom para mim", revelou.
"Quando tive essas oportunidades, eram clubes grandes mas atravessavam fases menos boas. Tive colegas que, nessas alturas, foram tratados de formas miseráveis nos clubes grandes. Tiraram umas fotografias, tiveram lá 3 ou 4 meses e foram postos na rua. Eu tirei fotografias em clubes como o Sporting de Braga ou o Vitória de Guimarães", esclareceu.