Depois da cimeira de hoje, em Pequim, com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reúnem-se terça-feira com o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, em Tóquio.
O principal objetivo deste encontro é a conclusão dos acordos de Associação Económica e Parceria Estratégica que foram concluídos em dezembro passado, mas que ainda não foram assinados.
Estes acordos entre Bruxelas e a terceira economia mundial são uma oportunidade de lançar uma mensagem forte a favor da liberalização da economia e do livre comércio, ao contrário da tendência protecionista dos Estados Unidos, depois da chegada ao poder de Donald Trump, que tem desencadeado tensões comerciais.
"Dado este movimento protecionista, o Japão e a UE trabalharão juntos para avançar com passos firmes no comércio livre e justo", disse o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, aos jornalistas, na sexta-feira.
Este mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25% sobre 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que considera serem "táticas predatórias" por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico.
No domingo, o Presidente norte-americano afirmou que a União Europeia, a Rússia e a China são inimigos dos Estados Unidos.
"Eu penso que temos muitos inimigos. Acho que a União Europeia é um inimigo, tendo em conta o que eles fizeram connosco no que respeita ao comércio. A Rússia é um inimigo em vários aspetos e a China é um inimigo económico", disse Donald Trump.
Estas declarações foram proferidas na Escócia, antes da cimeira com o Presidente russo, Vladimir Putin, que decorre em Helsínquia, na Finlândia.
O acordo comercial entre a União Europeia e o Japão procura aproximar os dois parceiros que, juntos, representam 40% do comércio e 30% do PIB mundial.
Uma vez em vigor, o tratado permitirá a liberalização de 94% das importações da UE para o Japão, uma atividade económica que atualmente chega a 86 mil milhões de euros e que gera 600.000 empregos na UE, segundo dados da Comissão Europeia.
Depois da China, o Japão é o segundo maior parceiro comercial na Ásia dos países membros da UE e Bruxelas é o terceiro maior parceiro do país asiático em volume de comércio depois dos EUA e de Pequim.
O acordo que vai ser assinado entre a União e o Japão não vai entrar em vigor para já, pois é necessário a aprovação dos parlamentos dos países envolvidos, faltando ainda definir um mecanismo de resolução de disputas entre os Estados e investidores.
Bruxelas e Tóquio ainda não conseguiram chegar a acordo sobre esta matéria, mas as autoridades japonesas esperam que este mecanismo seja assinado "o mais rápido possível".