As raspadinhas são um vício para alguns, mas não são um investimento, "aliás o mais provável é mesmo perder todo o dinheiro apostado", explica a Proteste Investe. Ainda assim, há formas de aumentar as probabilidades de ganhar dinheiro com este jogo da Santa Casa e é disso que vamos falar neste artigo. 

De acordo com a unidade financeira da DECO Proteste, antes de mais importa perceber o que são e quais as diferenças entre os vários tipos de raspadinhas. 

"Cada raspadinha é um jogo em que é emitido um determinado número de bilhetes. Destes, só alguns têm prémio. Quanto mais bilhetes existirem com prémio, mais fácil será ganhar algo. Mas, regra geral, o maior número de prémios é compensado pelo menor valor dos mesmos", explica a Proteste Investe. 

Ora, até aqui tudo bem. E em relação às diferenças? A associação comparou quatro raspadinhas das mais populares e que estão atualmente no mercado e comparou o custo de cada bilhete, a probabilidade de ter prémio e a percentagem de receitas que cabe à Santa Casa. O resultado é o que se segue. 

As principais diferenças entre quatro das raspadinhas mais populares. © Reprodução do site da Proteste Investe

O que se pode retirar daqui? Isso leva-nos ao primeiro conselho da Proteste Investe. "A linha 'Probabilidade de um bilhete ter prémio' é um dos dados mais relevantes. Um valor mais elevado quer dizer que é mais frequente ganhar qualquer coisa", explica. 

Depois, a segunda dica é que "quanto maior for a fatia para a Santa Casa, menos sobrará para os apostadores. Logo, as melhores raspadinhas são aquelas onde este valor é menor", esclarece a associação. 

Qual raspadinha escolher? Diz a Proteste Investe que outra dica é verificar o verso da raspadinha. "Os dois números que interessam são a percentagem do capital emitido distribuído como prémio (quanto maior melhor, mais dinheiro está disponível para os apostadores) e a probabilidade de ganhar um prémio (quanto mais baixo o número melhor: '1 em 2' quer dizer que metade dos bilhetes tem prémio, enquanto '1 em 4' quer dizer que só um quarto dos bilhetes tem prémio)."

Outras recomendações para aumentar a possibilidade de ganhar dinheiro, ainda segundo a Proteste Investe: 

• "Como o mais provável é perder dinheiro, compre os bilhetes mais baratos". 
• "Os concursos disponíveis no site dos Jogos Santa Casa são mais generosos. Em regra distribuem 70% das receitas como prémios. Já em papel, há jogos que distribuem menos de 60% das receitas."
• "Se vai gastar 10 euros num jogo como o Mega Pé-de-Meia, por exemplo, que só tem cinco bilhetes com prémio máximo (e representam quase 10% do total dos prémios), pode valer a pena fazer uma pesquisa no Google pelos termos 'ganhou', 'raspadinha', e nome, ou o valor do primeiro prémio. Se encontrar uma ou mais referências a vencedores, poderá ser melhor preferir outro jogo."
• "Limite-se a jogar nos jogos recém-lançados, onde é menos provável que já tenham saído prémios grandes."

Na origem da 'Raspadinha' esteve a 'Lotaria Instantânea', que nasceu em 1995, "com o principal objetivo de financiar as políticas sociais do Estado com particular abrangência nas áreas da saúde, solidariedade social, desporto e cultura", segundo a página dos Jogos Santa Casa. 

A marca 'Raspadinha', como a conhecemos agora, nasceu em 2010 com novos prémios, depois de terem sido feitas "alterações fiscais nos jogos sociais do Estado, quando os prémios dos jogos deixaram de ser tributados em sede de IRS", ainda segundo a mesma fonte. 

Em junho deste ano, a SIC Notícias deu conta de que a raspadinha é o jogo que mais dinheiro rende à Santa Casa. Em média, os apostadores gastam quatro milhões de euros por dia nesse jogo.