Governo investiu 42 milhões em quartéis e viaturas de combate a incêndios
O secretário de Estado da Proteção Civil afirmou hoje que o Governo investiu nos últimos dois anos 42 milhões de euros na remodelação de quartéis de bombeiros e em viaturas de combate a incêndios.
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Economia Remodelação
"Nós, Governo, ao longo destes últimos anos, apoiamos como um investimento de 42 milhões de euros a remodelação de quartéis e a aquisição de viaturas. Foram 69 quartéis remodelados nestes últimos dois anos, um investimento de 31 milhões de euros, e 78 viaturas de combate a incêndios entregues às corporações de bombeiros, investimento na ordem de 11 milhões de euros", explicou José Artur Neves.
O secretário de Estado da Proteção Civil, que falava em Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, na cerimónia comemorativa dos 70 anos dos bombeiros locais, sublinhou que o Governo tem já aprovado um aviso que vai permitir a todos os bombeiros do país ter pelo menos dois equipamentos de proteção individual, uma das reivindicações da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
O governante adiantou ainda que conhece bem a realidade dos bombeiros portugueses e teceu elogios ao seu trabalho.
"Não sou propriamente um paraquedista que chega ao Terreiro do Paço e que desconheço integralmente o modo como funcionam estas instituições. Conheço bem esta realidade. É um trabalho de proximidade de socorro imediato e é algo que o país sente orgulho nisso. Isto é um ativo que nem o país, nem nenhum governo, dispensa. É notável este trabalho e há de ser sempre prestigiado e considerado pelo país, seja com que governo for", sustentou.
José Artur Neves sublinhou que a Comissão Técnica Independente, nomeada pela Assembleia da República para estudar o fenómeno dos incêndios rurais, desenvolveu um relatório que apontou para a necessidade de se transformarem alguns aspetos do sistema.
"Não apontou, verdadeiramente, para o sistema do combate. O problema, verdadeiramente, não está no pilar do combate. Esse é o que está melhor estruturado desde a reforma de 2006/2007. O problema está mesmo na prevenção. O pilar da prevenção está entregue ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Este instituto deixou de ter presença nos nossos territórios rurais. A realidade é esta. Os guardas florestais deixaram de lá estar, a gestão florestal deixou de lá estar", frisou.
O governante explicou que a prevenção foi eleita como prioridade absoluta e o trabalho que já foi feito e que mobilizou os portugueses deu os seus resultados.
"Este ano baixámos o número de ignições relativamente à média dos últimos 10 anos, baixámos qualquer coisa como 43% e baixámos a área ardida qualquer coisa como 69% comparando com os últimos 10 anos. Podem dizer: 'Bom, as condições climatéricas estavam melhor'. Não. Tivemos um agosto com temperaturas nunca antes atingidas", sustentou.
José Artur Neves realçou que, verdadeiramente, não há um problema de combate, mas sim de prevenção.
"Em Portugal, ocorriam em média dois mil incêndios por ano por cada milhão de habitantes. Se compararmos com Espanha, Espanha tem 250 por milhão de habitantes. Temos aqui um problema gravíssimo que tem a ver com a floresta, com a gestão florestal. Este Governo está a fazer o cadastro em 10 concelhos do país. Essa é a grande reforma que podemos fazer. Porque, verdadeiramente, a atividade dos bombeiros não pode ser centrada no combate aos fogos florestais", disse.
O governante adiantou que as reformas que foram a Conselho de Ministros e que na generalidade foram aprovadas incluem qualquer coisa como 16 diplomas, sendo que apenas cinco dizem respeito à questão dos bombeiros.
"Todas as outras têm a ver com o cadastro e o INCF, entidade do Governo que gere o espaço florestal. Essas reformas parece que ninguém se refere a elas. Elas vão finalmente obrigar a que o ICNF tenha um responsável pela prevenção, porque é ele que tem que liderar e cuidar da prevenção. Essa é a grande reforma que está a ser um pouco desvirtuada, porque seguramente não estamos a ser capaz de a transmitir (...). Não queremos de maneira nenhuma, e eu em primeiro lugar, desprestigiar o trabalho das associações humanitárias", concluiu.
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