Portugal já não deve ao FMI, mas ainda há contas por pagar

O ministro das Finanças anunciou na segunda-feira que Portugal pagou tudo o que devia ao FMI. Com esta operação, poupou 100 milhões de euros, mas a poupança total com os pagamentos antecipados - que já têm vindo a ser realizados - ascende aos 1,2 mil milhões. Ainda assim, há contas por pagar.

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Beatriz Vasconcelos
11/12/2018 08:32 ‧ 11/12/2018 por Beatriz Vasconcelos

Economia

Contas públicas

O ministro das Finanças português, Mário Centeno, confirmou na segunda-feira aquilo que o primeiro-ministro, António Costa, já tinha anunciado há algumas semanas: está saldada a dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Portugal poupou alguns milhões com o pagamento antecipado, mas ainda há contas por pagar, nomeadamente, ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

"Hoje é concretizado o pagamento do valor  remanescente do empréstimo ao FMI, no valor de aproximadamente de 4.700 milhões de euros. O total do empréstimo ascendeu a 28 mil milhões de euros. As poupanças estimadas com este pagamento, este que ocorre hoje, são cerca de 100 milhões de euros", disse Centeno, em conferência de imprensa, na segunda-feira. 

Onde é que Portugal foi 'arranjar' esse dinheiro? Para pagar ao FMI, Portugal foi ao mercado financiar-se a taxas de juro mais baixas do que aquelas que são cobradas pelo FMI. 

Este processo dos pagamentos antecipados começou em 2015, com uma estratégia desenhada pelo Governo de Pedro Passos Coelho. O objetivo foi travar os custos associados à dívida.

Ainda há dívida por pagar

O FMI já deixou de ser um credor de Portugal, mas ainda há dívida por pagar a instituições como o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e o Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Isto porque no âmbito do resgate financeiro, Portugal recebeu 78 mil milhões, dos quais 26,3 milhões foram emprestados pelo FMI e os restantes mais de 50 milhões pelas outras duas instituições, de acordo com dados relativos a novembro divulgados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), sendo este o valor que ainda falta liquidar. 

Sobre o reembolso de segunda-feira, Centeno destacou que "melhora a sustentabilidade da dívida portuguesa, aumenta a confiança dos investidores em Portugal e otimiza a gestão da dívida pública", adiantando que continuará a haver uma "importante almofada de liquidez para enfrentar eventuais turbulências no mercado". 

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