Centeno: "É evidente que má gestão existiu na CGD" e "teve custos"

Ministro das Finanças foi chamado ao Parlamento, esta quarta-feira, para falar sobre a Caixa Geral de Depósitos.

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Beatriz Vasconcelos
30/01/2019 12:20 ‧ 30/01/2019 por Beatriz Vasconcelos

Economia

Comissões

O ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu, esta quarta-feira, que houve "má gestão" na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e que isso "teve custos". O responsável reforçou também o papel do atual Governo no apuramento das responsabilidades em torno da CGD. 

"É evidente que essa má gestão existiu na Caixa Geral de Depósitos. E é evidente que essa má gestão teve custos", reforçou o ministro. "É importante que esses custos, se derem lugar a responsabilidade civil, as autoridades competentes têm de a apurar", frisou Centeno na audição perante os deputados da comissão de Orçamento e Finanças.

À semelhança do que tinha dito na Assembleia da República na semana passada, o ministro salientou que foi "este Governo que pediu a auditoria" aos "maiores créditos e aqueles, em particular, que registassem imparidades".

Centeno aproveitou também para destacar que a auditoria surge  "oito ministros e sete Governos depois", reforçando, uma vez mais, o papel do atual Governo. "Ninguém neste Governo tem qualquer problema com esta auditoria", rematou. 

O ministro disse também que a CGD estava perto da resolução em 2016 se não fosse feita a operação de recapitalização que ascendeu a cerca de 5.000 milhões de euros.

Em resposta ao deputado do PCP Duarte Alves sobre se a CGD teria feito as melhores escolhas em relação aos direitos dos trabalhadores, por causa dos fechos de agências, Centeno referiu que o melhor que se pode fazer pelos funcionários é "tornar a Caixa num banco equilibrado e capaz de implementar um plano de negócios credível". 

Esta quarta-feira foi também divulgado que o Estado injetou diretamente 4.195 milhões de euros na CGD desde 2011, perante prejuízos acumulados de 3.416,8 milhões de euros até setembro passado, desde logo devido à constituição de imparidades para créditos em incumprimento.

Na semana passada, foi conhecida uma versão preliminar da auditoria da EY, datada de dezembro de 2017 e divulgada pela comentadora política Joana Amaral Dias, em que são apontados problemas de concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e ineficiências na gestão de risco.

A auditoria avaliou sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e, só nestas, estimou perdas de mais de 1.000 milhões de euros, estando à cabeça as operações de financiamento da fábrica da La Seda, em Sines.

[Notícia atualizada com mais informação às 12h18]

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