Na intervenção inicial na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, o antigo governante afirmou que "as rendas excessivas no setor da energia estão, no mínimo, intimamente ligadas a ações de compadrio entre o Estado e os privados, ligações perigosas entre o Estado e os interesses privados, em que uns beneficiaram de lucros milionários, enquanto a fatura era paga pelas famílias".
"Existe bastante evidência que se Portugal chegou onde chegou - não só na energia, mas noutros setores - a uma situação de pré-bancarrota ou mesmo bancarrota, foi não só por políticas irresponsáveis, mas também porque houve práticas de corrupção e compadrio entre o privado e o Estado", respondeu Álvaro Santos Pereira.
Instado a identificar as situações de compadrio existentes, na segunda ronda de perguntas, o ex-ministro disse preferir "não comentar".
"Para mim é evidente que existiam casos de compadrio nesta e em outras áreas. Acho que este tipo de coisas deve ser feito na Justiça. Se sei de um caso, eu denuncio. Não vou fazê-lo no parlamento e, nestas e em outras áreas, passámos a informação", disse, perante a insistência do deputado do BE Jorge Costa.