"A refletir o abrandamento da atividade [económica] na segunda metade de 2018 e no primeiro semestre de 2019, o crescimento global deverá abrandar dos 3,6% registados em 2018 para 3,3% em 2019, e depois regressar aos 3,6% em 2020", lê-se no 'World Economic Outlook' (WEO) do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado hoje.
A instituição liderada por Christine Lagarde indica que "depois de atingir o pico de cerca de 4% em 2017, o crescimento global continuou forte, nos 3,8% na primeira metade de 2018, mas depois caiu para 3,2% no segundo semestre".
O FMI explica que "a atividade abrandou no âmbito de um aumento das tensões comerciais e das tarifas entre os Estados Unidos e a China, um declínio na confiança dos empresários, um aperto das condições financeiras e um aumento da incerteza política em muitas economias".
E a instituição com sede em Washington acrescenta que "uma combinação de fatores específicos de países e setores reduziu ainda mais o ímpeto" da economia mundial.
Para o Produto Interno Bruno (PIB) das economias desenvolvidas, o FMI antecipa um crescimento de 1,8% em 2019, menos 0,2 pontos percentuais (p.p.) do que em janeiro, quando fez a anterior atualização do WEO, mantendo a previsão de 1,7% para 2020.
Para a zona euro, a instituição desceu em 0,3 p.p. a sua previsão para o crescimento do PIB este ano, para 1,3%, baixando também em 0,2 p.p. a sua anterior estimativa, para uma expansão do PIB de 1,5% em 2020.
Para o PIB dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, o FMI também baixou a sua previsão de crescimento, para 4,4% em 2019 e 4,8% em 2020, menos 0,1 p.p. em ambos os casos, face às previsões de janeiro.
O Fundo indica que, apesar de o crescimento global poder "surpreender favoravelmente", se as tensões comerciais forem resolvidas rapidamente, contribuindo para a recuperação da confiança dos empresários e fortalecimento do sentimento dos investidores, os "riscos para as perspetivas permanece do lado negativo".
A instituição alerta para que, no âmbito do declínio do crescimento económico e da limitada margem política para combater desacelerações económicas, "evitar erros políticos que possam penalizar a atividade económica deve ser a principal prioridade".
Além disso, o FMI indica que a política macroeconómica e financeira deve atuar para prevenir uma maior desaceleração económica e facilitar uma "aterragem suave" nas situações em que políticas de apoio tenham de ser retiradas.