Alexandre Fonseca falava aos jornalistas num encontro na sede da empresa, em Lisboa, sobre os resultados da operadora no primeiro trimestre, divulgados na quinta-feira.
A receita total da Altice Portugal subiu 0,4% no primeiro trimestre, face a igual período de 2018, para 509 milhões de euros e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) ajustado caiu 1,4% no trimestre, para 206 milhões de euros.
Questionado sobre a questão do SIRESP, operadora da Rede Nacional de Emergência e Segurança, que o Jornal de Notícias dá conta hoje que "ameaça cortar comunicações na época dos fogos", Alexandre Fonseca escusou-se a fazer comentários, uma vez que hoje há uma reunião do Conselho de Administração, órgão que o gestor integra.
"Estamos aqui a falar de resultados, que são bons resultados. Sobre o SIRESP, hoje haverá uma reunião do Conselho de Administração", afirmou, sem adiantar se se esperam novidades sobre o assunto.
"Os resultados falam por si, mostram o nosso crescimento sustentado", disse, apontando que tal é reflexo do "trabalho que esta equipa tem vindo a fazer" e as expectativas para 2019 são "boas".
Também o administrador financeiro da Altice Portugal, Alexandre Matos, disse esperar "um bom ano" para a atividade da empresa, referindo que os resultados financeiros são resultado dos resultados operacionais", nomeadamente o crescimento das quotas de mercado.
No segmento televisão, Alexandre Fonseca espera que a Meo alcance a liderança, destacando que "o ainda líder de mercado neste setor" perdeu 7.000 clientes no trimestre.
O gestor voltou a apontar a regulação como uma "ameaça" ao setor das telecomunicações, tendo já a Altice incorporado esses receios nas perspetivas para este ano.
"Espero que o regulador, um dia destes, volte a publicar dados" sobre quotas, já que os últimos datam do primeiro semestre do ano passado, apontou.
Questionado sobre a relação com a Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações, Alexandre Fonseca foi perentório: "Vamos continuar a tentar dialogar".
"Temos dialogado muito por escrito, temos dialogado pouco cara a cara [...], infelizmente a nossa comunicação tem sido muito institucional. Apesar dos temas regulatórios, e são muitos, estamos a crescer, e poderíamos todos crescer muito mais se existisse um ambiente regulatório diferente", salientou o presidente executivo.
Sobre o serviço universal de postos públicos (cabines telefónicas públicas), Alexandre Fonseca disse que a Meo está a trabalhar com a tutela "para garantir que aquilo que foi a vontade que o Governo manifestiu, de haver uma continuidade do serviço, seja agora passada à prática", já que há questões contratuais que têm de ser definidas.
"É o caminho que estamos fazer com tranquilidade junto da tutela", acrescentou.
Relativamente ao reforço de cabines telefónicas nos estabelecimentos prisionais, anunciado pelo Governo, Alexandre Fonseca disse que "com certeza" a operadora vai estar envolvida, mas é preciso saber qual é o mecanismo, que pode passar por concurso ou consulta.
Tal "demonstra a importância do serviço universal" de postos públicos, rematou.
Sobre a venda da rede de fibra, o administrador financeiro manteve que o prazo para a tomada de decisão é "o segundo trimestre".
Reiterando que não há pressão para a venda da fibra, Alexandre Matos referiu que há vários interessados no negócio.
Atualmente, o número de clientes com oferta de fibra da Meo ronda cerca de "um milhão", referiu o administrador financeiro.