"Pergunte à Caixa, eles é que me emprestaram o dinheiro", sugere Berardo

Joe Berardo disse hoje, no parlamento, que muitas perguntas dos deputados não deviam ser feitas a si mas aos bancos que lhe concederam créditos.

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Lusa
10/05/2019 17:56 ‧ 10/05/2019 por Lusa

Economia

Inquérito

Uma dessas respostas foi ao deputado do PCP Duarte Alves, que questionou o empresário sobre como conseguiu, em 2006, 50 milhões de euros para compra de ações através da empresa Metalgest, que tinha então um volume de negócios de apenas 50 mil euros e um resultado operacional bruto (EBITDA) negativo.

"Pergunte à Caixa, eles é que me emprestaram o dinheiro", afirmou Berardo na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Questionado ainda pelo deputado comunista sobre por que pediu dinheiro usando diferentes entidades - Metalgest, Fundação Berardo - o empresário respondeu "pergunta bem".

"O meu trabalho é ir pedir dinheiro, para rentabilizar, não deu certo, na vida é assim", acrescentou.

Já nas respostas a outros deputados, por várias vezes, Berardo recomendou que os parlamentares fizessem as perguntas aos bancos que concederam os créditos.

O empresário Joe Berardo tem sido dos clientes bancários mais falados na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, pelo incumprimento nos elevados empréstimos que lhe concedeu o banco público.

Segundo a auditoria da EY à gestão da CGD entre 2000 e 2015, o banco público tinha neste último ano uma exposição a entidades de Joe Berardo (Metalgest e Fundação Berardo) na ordem dos 321 milhões de euros.

Os empréstimos a Joe Berardo serviram para financiar a compra de ações do BCP, cuja garantia eram as próprias ações, que depois desvalorizaram praticamente na totalidade, gerando grandes perdas para o banco público.

Berardo considerou hoje, na audição, que ter investido no BCP foi um grande erro: "O BCP foi o maior desastre que eu tive na minha vida", declarou.

 

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