"A ideia que temos é que entre as zonas com maior dificuldade está o Algarve, a zona sul do país, o que é normal por causa da época do ano, em que o consumo no Algarve é superior, porque há muito mais gente", adiantou João Reis, porta-voz da entidade, em declarações à Lusa.
Além disso, destacou o responsável, "houve mais dificuldade com os carros que estão a sair de Sines, que é de onde se abastece o Algarve".
João Reis salientou ainda que "não estão a ser cumpridos os serviços mínimos" determinados pelo Governo.
Ainda assim, a Apetro está otimista: "Os 'stocks' [de combustíveis] estavam a bom nível, as pessoas foram fazendo as suas compras durante a semana", disse João Reis.
Também Emanuel Proença, administrador da Prio, deu conta de uma operação que está a correr "relativamente bem", tendo em conta as expectativas para o primeiro dia da greve.
"Os próximos dias continuarão a ser de trabalho para empresas como a nossa, para tentar manter o máximo de normalidade possível nos postos, acho que vamos ter algumas necessidades de reposição pontuais. [Pode acontecer que em] alguns postos, durante algumas horas não haja combustível, mas temos esperança de o repor muito rapidamente quando isso acontecer", adiantou o gestor.
Quanto à situação no Algarve, onde o grupo tem mais de 10 postos, Emanuel Proença revelou que "alguns foram bastante concorridos, como são sempre nesta altura", e que a Prio pode ter "tido necessidades de reposição por pouco tempo, mas não foi assim tão diferente do resto do país".
"Estamos a trabalhar um pouco fora do normal e temos que improvisar e fazer rotas um pouco diferentes, depende muito de cada dia", adiantou Emanuel Proença.
Fonte oficial da BP, por sua vez, informou que desde que "o pré-aviso de greve foi anunciado que está a executar um plano cujo objetivo é minimizar os impactos desta paralisação junto dos seus clientes", não dando mais informações especificas sobre a situação hoje.
A empresa recomenda "que, por forma a assegurar informação em tempo real, a mesma seja aferida diretamente no posto de abastecimento ou através dos seus contactos, disponíveis" aqui.
A Galp, por sua vez, questionada sobre o cumprimento de serviços mínimos nas refinarias de Sines e Matosinhos, assegurou que estava "a desenvolver todos os esforços para minimizar o impacto da greve dos transportadores junto dos nossos clientes, procurando encontrar todas as soluções logísticas possíveis, dentro das limitações impostas pela greve", sem adiantar mais informações.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise energética, que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
Hoje, o Governo decretou a requisição civil dos motoristas em greve, alegando o incumprimento dos serviços mínimos, anunciou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, após reunião do executivo por via eletrónica.