O Governo salienta que os serviços mínimos estão a ser cumpridos e, na realidade, até "estão a ser ultrapassados", como deu conta João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, numa conferência de imprensa na qual fez o ponto da situação do quarto dia da greve dos motoristas.
"Há uma completa normalidade na distribuição dos combustíveis", disse Matos Fernandes. O ministro revelou que os postos de abastecimento da rede REPA estão com os mesmos números desta quarta-feira.
O responsável do Governo até referiu que algumas empresas estão a relatar "a chegada de muitas pessoas que estavam em greve e estão agora a voltar" ao trabalho.
Questionado sobre informações que circulam sobre esquadras fechadas por falta de efetivos devido aos recursos que estão a ser utilizados para enfrentar esta greve, Matos Fernandes frisou que não tinha qualquer informação nesse sentido.
Esta quinta-feira a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) mostrou-se preocupada com os prejuízos resultantes desta greve. A ANAREC indicou ter recebido queixas de alguns dos associados que integram a Rede Estratégica de Postos de Abastecimento. Algo que Matos Fernandes não compreende.
"Pertencer à rede REPA é ter a garantia de que se tem abastecimento acima das garantias que podem ser dadas aos postos normais, não consigo perceber qual é o prejuízo que poderão estar a ter relativamente aos outros postos. Se compararem com o dia 15 de agosto do ano passado em que não havia greve alguma, eventualmente estão a vender menos combustível, mas acho que esse contexto deve ser feito com os postos que não estão na REPA", respondeu o ministro.
Sobre o abastecimento de postos de combustível no Algarve por parte de camiões espanhóis, o governante disse não ter a "certeza de que isso esteja a acontecer neste momento, mas aconteceu nestes dias, tal como acontece em dias em que não há greve" e relembra que trata-se de uma possibilidade "absolutamente legal no contexto da União Europeia".
A terminar a sua intervenção, Matos Fernandes considerou que o cenário ideal é um no qual a "greve acabe" e comentou ainda as declarações do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que afirmou que a ANTRAM e o Governo devem um pedido de desculpas aos portugueses.
Matos Fernandes acha que nem a ANTRAM nem os sindicatos têm de pedir desculpa. Quanto ao Governo, o ministro não comentou.
[Notícia atualizada às 14h01]