"Chegámos à conclusão de que o melhor caminho será recorrer, ou requerer, a mediação do Governo", afirmou Francisco São Bento, acrescentando que "cabe agora ao Governo tentar colocar-se à mesa com a Antram".
O dirigente sindical esclareceu que agora, depois de ter sido requerida a mediação do Governo, é ao executivo que compete "tentar colocar-se à mesa" das negociações diretamente com Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e, posteriormente, com o sindicato.
Enquanto decorrerem as negociações, a greve "mantém-se nos mesmos moldes", segundo o SNMMP.
No entanto, Francisco São Bento acrescentou que o SNMMP estará disponível "todo o dia, toda a noite" se a Antram quiser negociar diretamente com aquele sindicato, uma vez que, tal como anunciou na quarta-feira, não quis comparecer hoje na Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT).
O dirigente falava aos jornalistas após ter sido recebido na DGERT, em Lisboa, onde se fez acompanhar pelo representante legal do sindicato, Pedro Pardal Henriques, e de um dirigente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, Bruno Fialho.
"A presença do Bruno Fialho nesta reunião (...) veio trazer contributos: a experiência do sindicalismo, a experiência na resolução de conflitos", esclareceu Pardal Henriques quando questionado pelos jornalistas sobre a razão da presença de um elemento externo.
Relativamente ao acordo alcançado na quarta-feira entre a Antram e a federação dos sindicatos de transportes Fectrans, que as duas estruturas esclareceram hoje que representa aumentos mínimos de 140 euros para motoristas indiferenciados e 266 euros para motoristas de matérias perigosas, Pedro Pardal Henriques disse não comentar acordos em que o SNMMP não interveio.
"Mais uma vez, em menos de um ano, vai-se assinar um contrato coletivo de trabalho à revelia dos trabalhadores", reiterou Francisco São Bento.
Os motoristas de transportes de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o quarto dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.