"A APED não tem indicação, até ao momento, de perturbações relevantes no funcionamento dos espaços da distribuição em todo o país", disse à Lusa o diretor-geral da associação, Gonçalo Lobo Xavier, reiterando o que a APED indicou ao Notícias ao Minuto na última quarta-feira.
A manutenção da normalidade no setor da distribuição - que inclui super e hipermercados, grandes cadeias de vestuário ou de móveis - deve-se, segundo o mesmo responsável, à prevenção feita antes da greve.
"Antes da greve, o setor reforçou toda a sua logística, situação que contribuiu para manter o fornecimento de produtos aos consumidores", explicou Gonçalo Lobo Xavier.
No entanto, avisa o diretor-geral da associação, "se a paralisação se mantiver e existirem limitações no fornecimento de combustíveis, todos os setores da economia portuguesa serão afetados e a distribuição não será exceção".
A greve que começou na segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
Ainda na segunda-feira, o Governo decretou a requisição civil, alegando o incumprimento dos serviços mínimos.
No entanto, na quinta-feira, o SIMM decidiu desconvocar a paralisação, na sequência de uma reunião com o Ministério das Infraestruturas e a Antram.
"Chegámos à conclusão de que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos", disse Anacleto Rodrigues, porta-voz do SIMM.
Esta posição do SIMM deixou o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas sozinho no protesto, depois de esta estrutura sindical ter pedido na quinta-feira a mediação do Governo para chegar a um entendimento com a Antram.
Hoje, o presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, Francisco São Bento, disse que a greve vai continuar "como até agora" e admitiu que a paralisação pode durar até um ano.
"Vamos continuar nos mesmos moldes", afirmou, acrescentando que a paralisação continuará "até que se chegue a um entendimento".