"O processo silvícola e industrial produz bio-resíduos -- folhas, ramos, cascas -- que sobram da parte 'core' da árvore que usamos para a parte industrial. Temos em curso um conjunto de esforços de investigação para valorizar esses resíduos, que incluem a produção de novos produtos recicláveis, renováveis e amigos do ambiente", indicou João Castello Branco, em entrevista à Lusa.
Este trabalho está a ser feito através do RAIZ, o instituto de investigação da floresta e do papel, criado em 1996 tendo como sócios a Navigator, as universidades de Coimbra e de Aveiro, bem como o Instituto Superior de Agronomia.
O RAIZ tem um orçamento anual que ronda os sete milhões de euros e conta com 110 trabalhadores.
Assim, está a ser trabalhada a possibilidade de produção de bioetanol de segunda geração que, incorporado na gasolina, reduz a componente fóssil.
"Estamos também a trabalhar em produtos extraídos da folhagem das árvores, que vão ser utilizados na saúde, na cosmética e na alimentação", acrescentou João Castello Branco.
Paralelamente, a papeleira está a estudar a possibilidade de utilizar bio compósitos para a substituição do plástico por bioplástico nas embalagens alimentares e na indústria automóvel.
Apesar de não avançar com uma data para a finalização destes produtos, o presidente executivo da Navigator assegurou que alguns projetos, como o caso do bioetanol de segunda geração, estão mais avançados do que outros, vincando que podem ser conhecidos mais detalhes "brevemente".