Em comunicado enviado hoje, o BCP diz que os responsáveis máximos do BCP estiveram reunidos com o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Gaspar Marins, na quarta-feira passada em Luanda, Angola, no âmbito dos encontros regulares entre as duas instituições.
"Na reunião, foram analisados os resultados e a atividade desenvolvida no primeiro semestre de 2019, bem como as metas definidas no Plano Estratégico do Millennium BCP para o período 2018-2021, focado no crescimento sustentado e na rendibilidade. Com uma participação de 19% no capital do maior banco privado português, a administração da Sonangol reafirmou o interesse do acionista no investimento realizado e na permanência como acionista de referência do Millennium BCP", refere a instituição na nota.
Estiveram também presentes na reunião, os administradores executivos da Sonangol, Baltazar Miguel, Osvaldo Macaia, Jorge Vinhas e Luís Maria, acrescenta.
Em julho, o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, afirmou que não havia qualquer alteração à posição conhecida sobre a participação no banco da Sonangol, após notícias que falavam do interesse da petrolífera angolana em reduzir participações no setor financeiro.
"O plano de desinvestimentos da Sonangol no setor financeiro não é novidade. O BCP tem contacto permanente com os representantes do acionista Sonangol e pode confirmar que não há qualquer alteração à posição que oportunamente foi dada a conhecer por fontes oficiais ao mercado", disse Miguel Maya, na ocasião, em comunicado.
As garantias do responsável foram dadas depois de o jornal angolano Expansão ter noticiado que a Sonangol estaria a finalizar a estratégia para se desfazer das participações que detém em bancos angolanos e no BCP e que a preferência passa por vender as ações em bolsa.
A Sonangol é o segundo maior acionista do BCP com 19,49% do capital, a seguir ao grupo chinês Fosun, com 27,06%, segundo dados de final de 2018.
Em março, numa entrevista à RTP, o presidente de Angola, João Lourenço foi questionado sobre as orientações dadas à Sonangol relativamente às participações que a petrolífera detém em Portugal -- indiretamente na Galp e diretamente no Millenium BCP --, tendo então o chefe de Estado de Angola dito que são para manter, em princípio.
"De uma forma geral, a Sonangol tem orientação no sentido de se retirar daqueles negócios que não têm muito a ver com a sua atividade, que é a extração e comercialização de petróleo, isto é no geral. No concreto, vamos ver caso a caso", insistiu, tal como já tinha feito em novembro, durante a visita de Estado a Portugal.
Concretizando, João Lourenço assumiu que no caso da Galp, como está ligada à extração de petróleo, "não há razão para sair".
"Portanto, a Galp não se põe", disse, acrescentando que sobre a posição no Millennium BCP "em princípio vamo-nos manter".
As ações do BCP seguiam hoje pelas 10h50 a liderar os ganhos no principal índice da bolsa de Lisboa, a avançarem 2,37% para 0,20 euros.