"A norte andaram a apanhar o que achamos que foi quantidade a mais, cerca de 4.000 quilos por dia. Se tivesse sido feita outra gestão, poderíamos nesta altura estar a trabalhar tanto a norte, como a sul", contestou Mário Galhardo, presidente da cooperativa de pescadores do Algarve (Barlapescas), em declarações à Lusa.
A pesca desta espécie é encerrada "precisamente numa altura em que o biqueirão ocorre naturalmente na costa sul" e num período em que seria "uma alternativa à interdição da sardinha", refere aquele responsável num comunicado conjunto das organizações de produtores do cerco sediadas no Algarve, a Barlapescas e a Olhãopesca.
Com a interdição da pesca da sardinha "há uns dias", os pescadores dirigiram a captura para a cavala sendo que, entretanto "apareceu biqueirão, limpo de boa qualidade, sem mistura", algo que não acontecia há anos, revelou o dirigente, mas "numa altura em que já não havia quota" para o poderem apanhar.
O mês de novembro seria o último no qual os pescadores iriam operar em 2019, antes de fazerem a paragem biológica, "como nos outros anos" e esta interdição vem tornar mais "complicado este período", afirmou Mário Galhardo.
O presidente da Barlapescas revelou que tinha conhecimento de que os pescadores do norte "estariam a apanhar a mais" e por isso propõe, juntamente com a Olhãopesca, que, para 2020, a gestão da quota seja feita "com mais controlo nos limites diários", para que se "possa prologar a pescas desta espécie" e, assim, "sirva para todos".
Nesse sentido, as duas organizações irão contestar junto da administração central e exigir, para 2020, uma gestão da quota de biqueirão mais equilibrada com a implementação de medidas que se reflitam em cada uma das áreas geográficas, de forma a permitir a pescaria ao longo do todo o período.