O total anunciado indica um aumento de 8,8% face ao plano atual da Petrobras, de 102 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros) em investimentos previstos para o período de 2024 a 2028.
A Petrobras indicou que, do total a ser investido nos próximos cinco anos, 77 mil milhões de dólares (74 mil milhões de euros) serão aplicados no setor de exploração e produção, 20 mil milhões de dólares (19,2 mil milhões de euros) em refinação, transporte e comercialização.
A estatal brasileira também deverá investir outros 11 mil milhões de dólares (10,5 mil milhões de euros) no setor de gás e energias de baixo carbono e 3 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) na parte corporativa.
Esses aportes, segundo a Petrobras, permitirão que a produção de óleo e gás da empresa aumente de 2,8 milhões de barris por dia em 2025 para 3,2 milhões em 2029, quando os campos do pré-sal, reservas gigantescas de óleo e gás localizadas em áreas profundas abaixo de uma camada de sal no litoral brasileiro, começam a entrar em declínio.
Numa conferência de imprensa com acionistas, Magda Chambriard, presidente da Petrobras, declarou que o plano apresentado é "extremamente factível, realista e relativamente fácil de entregar".
A presidente da Petrobras também frisou que o foco da empresa "continua sendo a exploração e produção".
"Vamos colocar mais gás no mercado, além de investir em fertilizantes para ampliar o mercado de gás natural", declarou.
Apesar de manter as atividades voltadas para a exploração de combustíveis fósseis, a Petrobras destacou que os investimentos em captura de carbono, transição energética e energias renováveis crescerão 42% para até 16,3 mil milhões de dólares (15,6 mil milhões de euros) no período.
Isto significa que a participação da descarbonização nos investimentos da estatal brasileira aumentará de 11% no quinquénio 2024-2028 para 15% no quinquénio 2025-2029.
O plano da Petrobras confirmou o retorno da empresa ao setor de etanol, com previsão de investimentos de 2,2 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) entre 2025 e 2029 nesse segmento.
"Com o plano que apresentamos manteremos a nossa participação no abastecimento energético do país, contribuiremos para a segurança energética do Brasil e reduziremos as emissões. Em cinco anos teremos, relativamente, menos petróleo e mais renováveis", afirmou Magda Chambriard.
A empresa reviu hoje os investimentos previstos para 2024, de 18,5 mil milhões de dólares (17,7 mil milhões de euros) para 14 mil milhões de dólares (13,5 mil milhões de euros), e lançou ainda um plano de longo prazo com horizonte até 2050.
Na quinta-feira a petrolífera brasileira aprovou a distribuição de 20 mil milhões de reais (cerca de 3,3 mil milhões de euros) em dividendos extraordinários aos acionistas.
O valor decidido na quinta-feira pelo Conselho de Administração da maior empresa do Brasil equivale a 1,55 reais (0,25 euros) por cada ação preferencial ou ordinária em circulação.
A Petrobras afirmou, em comunicado, que a medida está alinhada com a atual política de remuneração, que prevê a distribuição de dividendos extraordinários "desde que seja preservada a sustentabilidade financeira".
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