Governo diz que Portalegre é "ilha rodoviária" e quer alterar situação

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, lamentou hoje que o distrito de Portalegre seja "uma ilha" do ponto de vista rodoviário, por ser o "único" do país que não tem autoestrada.

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Lusa
22/11/2024 13:40 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

Miguel Pinto Luz

"Portalegre é uma ilha rodoviária do ponto de vista das autoestradas e é o único distrito do país que não tem uma única autoestrada", disse.

 

O governante falava em Fronteira, naquele distrito alentejano, na cerimónia de assinatura do contrato para a construção da nova ponte da Ribeira Grande, na Estrada Nacional 245 (EN245), depois de a ponte existente ter sido destruída pelo mau tempo em dezembro de 2022.

Na sessão, Miguel Pinto Luz referiu que não iria anunciar a construção de qualquer autoestrada, mas manifestou o "empenho" do Governo em encontrar soluções rodoviárias para a região.

"Eu hoje não venho anunciar nenhuma autoestrada, mas venho anunciar o empenho deste Governo em pensarmos soluções para servir um distrito que tem perdido competitividade, fruto da ausência de investimento público do governo central", disse.

Mais tarde, questionado pelos jornalistas, o ministro das Infraestruturas escusou-se a avançar mais pormenores sobre esta matéria, sublinhando que o Governo "está a estudar um conjunto de iniciativas" para que o distrito de Portalegre, em particular, possa ter respostas.

"Mais breve do que tarde apresentaremos todas [as iniciativas] em conjunto", disse.

O contrato para a construção da nova ponte da Ribeira Grande, em Fronteira envolve um investimento de cerca de cinco milhões de euros, com um prazo de execução da obra de dois anos.

A nova passagem vai substituir a ponte destruída pelo mau tempo em 13 de dezembro de 2022, considerada um 'ex-líbris' da região.

Também questionado sobre a morosidade do processo para a construção da nova ponte, Miguel Pinto Luz argumentou que o Estado, durante este período, "foi capaz" de encontrar uma solução provisória para as populações.

"Nestes momentos de felicidade gostamos sempre muito de fazer essas análises absolutamente negativas e ver o copo meio vazio. Eu vejo o copo meio cheio, estamos num dia feliz para Fronteira, num dia feliz para o distrito e encontrámos esta solução e estaremos cá depois para que ela entre ao serviço novamente das populações", acrescentou.

Na cerimónia, o presidente da Câmara de Fronteira, Rogério Silva, anunciou que o município classificou "há dois dias" como monumento de interesse municipal a ponte que ficou destruída em 2022, num processo já publicado em Diário da República.

"Na próxima semana vamos ter uma apresentação dedicada ao estudo prévio que já foi concretizado no sentido de reabilitarmos não apenas esta ponte mas também todo o Centro Ecoturístico da Ribeira Grande", revelou.

Numa nota enviada hoje à agência Lusa, a IP explicou que, após a assinatura de hoje, o projeto da construção da nova ponte será submetido ao visto do Tribunal de Contas, prevendo-se que este seja obtido "ainda antes do final deste ano".

Trata-se de um procedimento de conceção/construção, pelo que, após o contrato ser visado pelo Tribunal de Contas, terá início a fase de elaboração do projeto de execução, "com um prazo previsto de 120 dias e mais 20 dias para aprovação".

O contrato prevê também, segundo a IP, o desenvolvimento de um estudo ambiental, a remeter à Agência Portuguesa do Ambiente "sobre a necessidade ou não" de submeter o projeto a Avaliação de Impacte Ambiental, tendo em consideração a solução prevista, os impactos do projeto e a sua localização.

"Assim, não é ainda possível adiantar com rigor a data em que terá início da empreitada de construção, uma vez que está dependente do desenvolvimento destes processos", lê-se na nota.

A 2.ª fase do projeto refere-se à empreitada de construção da uma nova travessia, que restabelecerá a "ligação definitiva" entre os aglomerados urbanos de Fronteira e Alter do Chão, e os acessos da povoação de Vale de Seda para a sede de concelho. 

Leia Também: Obras na Linha de Cascais vão ser concluídas em 2026

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