Num comunicado conjunto lido no Congresso Bancário Europeu, em Frankfurt, os responsáveis dos bancos centrais de Alemanha, Joachim Nagel, e França, François Villeroy de Galhau, asseguraram que as alterações à política económica dos Estados Unidos da América vão aumentar os desafios para a Europa.
Nagel e de Galhau destacaram os efeitos negativos do protecionismo na estabilidade dos preços e no crescimento e que uma política orçamental mais relaxada poderá aumentar as taxas de juro a longo prazo.
Neste contexto, apontam que o diálogo franco-alemão é "mais necessário que nunca", depois de nos últimos anos se ter enfraquecido devido à instabilidade política interna dos dois países.
"É certo que os nossos países têm, por vezes, opiniões diferentes em campos como a segurança, o comércio e a energia, mas quanto mais ameaçador se torna o mundo, mais importante é resolver as nossas diferenças e defender o que nos une", afirmaram.
Na sua intervenção, de acordo com a agência noticiosa Efe, Nagel alertou que as implicações económicas da entrada de Donald Trump na Casa Branca podem ir "muito além da esfera financeira".
Já o governador francês afirmou que, apesar de ser um risco para a economia global, a eleição de Trump poderá ser encarada como uma forma de realizar reformas na Europa.
O responsável alemão alertou que Trump, com a imposição de tarifas como forma de reforçar o protecionismo norte-americano, poderá reacender "conflitos internacionais e prejudicar ainda mais a ordem multilateral", bem como provocar perdas significativas no produto interno bruto (PIB) dos EUA.
De Galhau apontou que o BCE está "muito confiante" de que vai atingir, de forma sustentável, a meta de 2% na inflação e que tal pode ser feito mais cedo que o previsto.
Nagel vincou que o acompanhamento da economia europeia deve ser feito reunião a reunião e que se evite especular sobre os futuros passos da política económica.
Donald Trump foi eleito Presidente dos EUA nas eleições deste mês, ao conquistar a maioria do colégio eleitoral, depois de uma campanha assente na economia do país.
A tomada de posse de regresso do magnata à Casa Branca está marcada para janeiro e representa uma vitória para os republicanos, que garantiram ainda a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes.
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